Após apresentar os resultados de uma pesquisa de doutorado sobre efeitos do tratamento da Desordem Temporomandibular na New York University, pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo firmaram uma parceria com a NYU para uma nova pesquisa na mesma linha. A pesquisa de doutorado comprovou a relação entre a estabilização da mordida e a melhora na postura e no equilíbrio, e teve como objeto pacientes com dentes. O grant - que é como se denomina o acordo entre as duas faculdades - determina que uma nova pesquisa será feita sobre essa relação, mas desta vez com pacientes que têm implantes.
DTM é uma condição causada por uma tensão irregular na articulação ou nos músculos envolvidos no ato de morder. O sintoma mais imediato é a dor nessa região da face, mas a pesquisa comprovou a relação entre a desordem temporomandibular e o desalinhamento da postura. Segundo a pesquisadora Simone Oliveira, isso ocorre porque o corpo procura uma forma de equilibrar essas irregularidades: “Somos feitos de compensações, e às vezes essas compensações podem causar injúrias à postura e ao equilíbrio da pessoa”.
O tratamento proposto pela pesquisa é feito com a utilização de uma placa estabilizadora. Trata-se de um dispositivo que é colocado entre a maxila e a mandíbula (os dentes superiores e inferiores) para aliviar a carga sobre os músculos e articulações durante a mordida.
A parceria com a New York University
O grant determina que os pesquisadores receberão US$22.750 para realizar a pesquisa em um ano. Depois desse prazo, os resultados serão publicados no Journal of Implant Dentistry, uma publicação exclusiva da NYU, e apresentados no International Congress of Oral Implantologists (Icoi, o Congresso Internacional de Implantologistas Orais, em tradução livre).
O Icoi é responsável pela Idref (Implant Dentistry Research & Education Foundation), uma fundação que visa financiar e capacitar pesquisas que melhorem a qualidade de vida de pacientes que usam implantes. Por isso, o interesse numa pesquisa sobre esse público especificamente. Há, também, uma importante diferença entre os pacientes com dentes e os com implantes. Nos primeiros, há um espaço entre a raiz do dente e o osso, o ligamento periodontal. Nos pacientes com implantes, esse espaço não existe. “Não é o ligamento que une o implante ao osso como é no dente. A carga é outra, a dissipação da força é outra. Pretendemos estudar o que acontece com essa diferença e como isso interfere na postura”, afirma Simone.
Sem o ligamento periodontal, o tratamento da DTM pode ser afetado. | Fonte: brasilescola.uol.com.br