ISSN 2359-5191

10/06/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 73 - Meio Ambiente - Instituto de Geociências
Estudo mapeia rochas graníticas da Ilha de Santa Catarina
Resultados podem cooperar para a extração de minérios realizada na região
Costão do Santinho, em Florianópolis: um dos locais em que a pesquisa foi realizada. Fonte: Vinícius Corrêa.

A estrutura geológica da Ilha de Santa Catarina, no município de Florianópolis, foi investigada por Vinícius Corrêa em seu trabalho de mestrado. Sob a orientação do professor Miguel Basei, o pesquisador do Instituto de Geociências (IGc) teve como objetivo estudar a origem e as características dos granitos que formam a Ilha. Para isso, diversos fatores que ajudam a contar a história da formação das rochas locais foram examinados, como a sua composição, mineralogia e a presença de elementos radioativos.

Segundo Vinícius, um dos motivos que o levou a escolher esse objeto de estudo para seu mestrado é o fato de existir no Brasil, hoje, uma quantidade restrita e antiga de dados referentes à área estudada. Isso pode ser explicado por duas razões: primeiro, pela grande extensão que o país possui, o que dificulta a realização de pesquisas aprofundadas, que requerem tempo e investimento, por todo o território. Em segundo lugar, devido ao avanço recente das técnicas existentes nessa área de conhecimento.

A fim de entender em qual contexto geológico estão inseridas as rochas ali presentes, o pesquisador realizou um levantamento bibliográfico a respeito do que já foi descrito sobre a região em outros trabalhos. Depois, foi efetuado um trabalho de campo no qual foram feitas medições de material e também a coleta de amostras dele.

Em meio às amostras, foram selecionadas aquelas que eram de interesse para o pesquisador por apresentarem diferentes características físicas entre si. Esse material foi, então, preparado para ser examinado posteriormente em laboratórios do IGc, sendo transformado em lâminas para análise petrográfica, ou seja, análise de suas características estruturais, químicas e mineralógicas.

Enquanto eram realizadas as coletas e avaliações laboratoriais, Vinícius também produziu pequenos mapas geológicos, em escala de detalhe, que colaboravam para um melhor entendimento do que ele próprio estava estudando. O pesquisador ainda ressaltou que “como a Geologia é uma ciência, de certa forma, interpretativa, as informações e o material da rocha foram recolhidos e analisados, mas a compreensão da história desse material fica a cargo da comparação entre ele e análogos modernos".

Novidades trazidas pela pesquisa

Entre outros resultados, o pesquisador constatou após as análises executadas que o grupo de rochas graníticas estudadas são mais rasas do que era imaginado anteriormente, tendo idades que variam entre 580 e 620 milhões de anos. Ao mesmo tempo, algumas dessas rochas, que são consideradas novas, possuem origem vulcânica, e descobriu-se a partir dessa pesquisa que estas são mais comuns do que se deduzia pelos trabalhos já realizados no local.

O Brasil abriga, junto com o continente africano e a Austrália, algumas das formações rochosas mais antigas do planeta Terra, formações essas que são responsáveis por gerar as grandes jazidas de depósitos minerais que temos no país, como ferro, alumínio e petróleo. Por esse motivo é interessante constatar a existência dessas rochas recentes e provenientes de vulcões no país, algo que é incomum.

O mapeamento das rochas presentes na região da Ilha de Santa Catarina e de suas características físicas pode servir como base para a extração de minerais (como a brita, a areia utilizada para a construção civil, entre outros) que se pratica no local. Daí surge o apelo econômico trazido pelo trabalho realizado pelo pesquisador que, além disso, contribui também com a comunidade acadêmica e científica que se interessa pela estrutura geológica da região de Florianópolis.

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