ISSN 2359-5191

25/10/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 121 - Saúde - Departamento de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Tratamento medicamentoso pode melhorar performance de atletas
Nova pesquisa estuda a efetividade deste tratamento em corredores e triatletas de elite que apresentam algum tipo de condição alérgica ou respiratória
Foto: Getty Images

Apesar de ser comum pesquisas que apontam altas prevalências de desordens alérgicas e respiratórias em atletas, pouco se sabe sobre como isto se desenvolve ou mesmo sobre a viabilidade de tratamento medicamentoso nestes casos. Pensando em mudar este cenário, um novo estudo realizado na Faculdade de Medicina da USP (FM) está comparando atletas de alto rendimento alérgicos e não alérgicos a fim de avaliar se o tratamento clínico-medicamentoso pode ajudar tanto nos sintomas quanto no rendimento esportivo.

O estudo, que possui apoio da Fapesp e do Cnpq, foi desenvolvido em duas fases, sendo que a segunda ainda está em processo. Na primeira fase, como explicam os pesquisadores Renata Teixeira e Gerson Leite, foi feita uma busca por atletas de elite que foram avaliados tanto nos processos de treinamento, quanto nos aspectos clínicos. A partir disto, os mesmos foram divididos entre não alérgicos e alérgicos. A amostra foi composta por 60 homens, inclusive atletas olímpicos, dos quais 40 são corredores e 20 triatletas.

A fase mostrou que mais de 50% dos atletas apresentavam atopia, tendência pessoal ou hereditária para a produção de anticorpos Imunoglobulina E, o que está relacionado com o desenvolvimento de condições alérgicas. Além disso, cerca de 35% dos voluntários atópicos tem broncoespasmo induzido pelo exercício físico, o que causa estreitamento transitório dos brônquios e consequente dificuldade para respirar. “O atleta com essa condição apresenta uma limitação ao fluxo aéreo durante o exercício, prejudicando sua performance”, salienta Leite.

A segunda fase da pesquisa inclui o tratamento medicamentoso para os atletas atópicos. Segundo Teixeira, este tipo de medicamento é de uso muito comum na medicina, sendo reconhecido inclusive pela Agência Mundial Antidoping. Porém, a dificuldade está, na verdade, na falta de diagnóstico: os atletas não percebem que possuem a condição e há pouco incentivo para este tipo de avaliação. “Mesmo não notando que possuem sintomas, no momento em que começamos a tratar eles [atletas] sentem uma melhora significativa”, explica a pesquisadora.

A pesquisa ainda não possui dados estatísticos que comprovem os resultados, porém já conseguiu relatos de atletas que sentiram melhoras relevantes tanto na performance quanto na qualidade de vida. Em um destes casos, por exemplo, o atleta apresentou aos pesquisadores dificuldades para treinar, foi descoberto o broncoespasmo induzido pelo exercício e, após somente três semanas de tratamento, o mesmo relatou treinar e dormir melhor, o que deve ajudar significantemente sua performance.

Para Teixeira e Leite, os principais objetivos da pesquisa visam destacar a importância do diagnóstico e demonstrar o efeito do tratamento medicamentoso na performance destes atletas. Além disso, os resultados irão ajudar não somente os corredores de elite, mas todos os tipos de esportistas. A pesquisa conta com a parceria da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul) e tem previsão de encerramento para o fim do primeiro semestre de 2017. Enquanto isso, ainda estão abertas as inscrições para se voluntariar para a segunda fase.

Imagem: Divulgação

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