ISSN 2359-5191

25/10/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 121 - Ciência e Tecnologia - Museu de Arqueologia e Etnologia
Museu de Arqueologia e Etnologia da USP desenvolve aplicativos de realidade virtual e aumentada
Recursos de ciberarqueologia foram apresentados para professores dos ensinos fundamental e médio em curso de formação
Foto: Carla Camila Garcia

O Laboratório de Arqueologia Romana Provincial (LARP) do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE), em parceria com o núcleo Educativo do Museu, promoveu em 8 de outubro seu primeiro curso de formação de professores para o uso de aplicativos de realidade virtual e aumentada. Voltados para a Roma Antiga, os recursos interativos foram desenvolvidos para facilitar o estudo do tema e despertar o interesse de crianças e jovens. Segundo a Coordenadora do LARP, Maria Isabel D’Agostino Fleming, “a ideia é criar algo que traduza uma pesquisa de inovação e de conteúdo, já que nós fazemos questão de que a pesquisa acadêmica chegue ao público”.

Durante o curso, os participantes, em sua maioria professores de história e geografia, foram apresentados aos aplicativos criados no MAE e convidados a pensar formas de utilização em sala de aula. Para César Dias Moreno, que dá aulas no ensino fundamental e médio, “o link que o LARP está fazendo com as escolas, inclusive as da periferia, é fantástico. Os aplicativos trazem a coisa da realidade, mas sem perder o aspecto lúdico”. 

Na imagem, professores aprendem a usar aplicativos do LARP. Foto: Carla Camila Garcia

A utilização da tecnologia nos estudos arqueológicos é discutida desde os anos 2000, quando surgiu a ciberarqueologia. Os processos desse campo envolvem a reconstrução virtual e a simulação interativa do mundo antigo. No LARP, o desenvolvimento desse tipo de conteúdo começou em 2013, com a criação do Domus, um dos primeiros simuladores de realidade virtual brasileiros para a arqueologia. O programa apresenta, de forma tridimensional, uma casa romana do século 1 depois de Cristo e permite ao usuário navegar livremente pelos cômodos da construção, como um jogo em primeira pessoa. Todo o processo de elaboração e aplicação pedagógica do programa estão descritos no livro “Perspectivas da Arqueologia Romana Provincial no Brasil”, organizado por Maria Isabel Fleming e lançado em junho deste ano.    

Novas formas de imersão

Em 2014, dois anos antes de a febre Pokémon Go tornar os aplicativos de realidade aumentada mundialmente conhecidos, o núcleo de produção tecnológica do LARP, supervisionado por Alex Martire, lançava Domus RA, que permite ao usuário uma imersão na planta de uma casa romana por meio da câmera do celular.

As pesquisas em ciberarqueologia do LARP continuam buscando novas aplicações pedagógicas para a tecnologia. Atualmente, está em pré-produção um jogo do tipo aponte e clique ambientado na cidade romana de Herculano. O processo de criação desse tipo de ferramenta exige o cumprimento de várias etapas, entre elas, discussões a respeito do roteiro, estudo arqueológico, bibliográfico e imagético sobre o conteúdo a ser apresentado, criação artística e programação.

Outra expectativa de Martire para um futuro próximo é a aquisição de óculos rift para o laboratório do MAE e, a partir deles, a construção de instalações interativas de realidade virtual no museu que permitam aos visitantes deixar a posição passiva de expectadores para assumir o papel de sujeitos na construção do conhecimento.     

Serviço

Todos os programas e aplicativos desenvolvidos pelo LARP até o momento podem ser baixados gratuitamente pelo link http://www.larp.mae.usp.br/rv/

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