ISSN 2359-5191

26/10/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 122 - Arte e Cultura - Museu de Arqueologia e Etnologia
Documentário dá origem à exposição na Oficina Casa da Palavra Mário de Andrade
Expo-instalação Antiga Amazônia Presente – Memórias de um documentário traz fotos e vídeos de viagens arqueológicas da equipe de produção do filme
Exposição iluminada com a ajuda de lanternas. Foto: Carla Camila Garcia

Instalada no porão da casa onde viveu Mário de Andrade, hoje uma oficina cultural no centro de São Paulo, a exposição Antiga Amazônia Presente – Memórias de um documentário exibe uma série de fotos e vídeos que registram as viagens de um grupo de pesquisadores ligados ao Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE) à região amazônica para a filmagem de um documentário. A concepção da mostra permite aos visitantes que vivenciem uma exploração arqueológica, descobrindo o espaço totalmente sem iluminação com a ajuda de lanternas. Para o professor da Escola de Comunicação e Artes (ECA), Wagner Souza e Silva, um dos fotógrafos do projeto e curador da exposição, “o porão tinha tudo a ver com a questão da arqueologia. A visitação é um processo de descoberta porque foge dos espaços convencionais nos quais se costumam circular”.   

Os diálogos possíveis entre a instalação da mostra e o edifício onde ela está inserida vão além das questões práticas. Mário de Andrade, a partir de pesquisas etnográficas, apresentou ao público um retrato dos mitos e ritos de povos indígenas brasileiros. O interesse do escritor pelo tema colaborou para a criação de uma das suas obras mais famosas, Macunaíma, de 1928.  O documentário Antiga Amazônia Presente e, consequentemente a exposição que leva o mesmo nome, tal qual a obra de Mário de Andrade, contribuem para o resgate das raízes culturais indígenas do Brasil, colaborando assim para a criação de uma narrativa da história local.

Fragmento cerâmico que representa uma cabeça de urubu encontrado pela equipe do documentário na Ilha do Marajó, Pará. Foto: Wagner Souza e Silva

 

O projeto Antiga Amazônia Presente teve início em 2013, quando uma equipe ligada ao MAE resolveu buscar os lugares de origem de alguns dos objetos pertencentes ao acervo do Museu, um dos maiores do Brasil no que se refere à arqueologia amazônica. O grupo, formado por Silvio Luiz Cordeiro, Carla Gibertoni Carneiro e Cristina Demartini (doutores em arqueologia pelo MAE), Wagner Souza e Silva (ECA) e Luiz Bargmann (documentarista) visitou o Pará, passando por Belém, Icoaraci, Cachoeira do Arari, Monte Alegre, Santarém e Óbidos.

Durante as viagens, ocorridas nos meses de abril e maio e setembro e outubro, a equipe do documentário conheceu sítios arqueológicos, museus locais, reservas técnicas e acervos pessoais de artefatos, reencontrando resquícios das culturas Marajoara e Tapajônica. No filme, os relatos de pessoas envolvidas de alguma forma com a preservação arqueológica e cultural indígena demonstram a relação afetiva da população com a história dos antigos habitantes da Amazônia.


Serviço


“Antiga Amazônia Presente – Memórias de um documentário” ficará em cartaz na Oficina Casa da Palavra Mário de Andrade até 30 de dezembro.

O documentário, assim como o material fotográfico e os depoimentos dos integrantes do projeto estão disponíveis em http://amazoniantiga.tv.br/

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