ISSN 2359-5191

27/10/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 123 - Meio Ambiente - Instituto de Biociências
Áreas limítrofes da Mata Atlântica são diferentes das amazônicas
Fonte: Ricardo Stricher/Divulgação PMPA

O Projeto Interface é um projeto de pesquisas do Instituto de Biologia da USP (IB) que tem como objetivo contribuir para o entendimento e o planejamento de paisagens multifuncionais, capazes de suportar a biodiversidade e os sistemas ecossistêmicos necessários para o bem-estar humano. Dentro do Projeto encontra-se o estudo de Francisco Carvalho, que verificou os efeitos de borda nas áreas de Mata Atlântica remanescentes em São Paulo e no sul de Minas Gerais.

A questão central da pesquisa de Francisco Carvalho era entender como a estrutura da paisagem influencia na manutenção dos serviços ecossistêmicos — que são os benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas direta ou indiretamente —, e do bem-estar humano. Para isso ele estudou os estoques de carbono nos efeitos de borda da Mata Atlântica, que são as alterações nas áreas marginais da floresta (áreas limítrofes com as metrópoles ou outros biomas).

Durante a pesquisa Carvalho focou em pequenas áreas espalhadas da Mata, também dando atenção para espaços nos quais a agropecuária está presente. Isso porque uma das intenções era verificar o quanto o desmatamento dessas áreas prejudica a vida humana.

O pesquisador descobriu que as diferenças entre as plantas presentes nas bordas ou no centro das áreas de Mata Atlântica estudadas não são grandes. Diferentemente da Amazônia, que apresenta uma notável diferença nos estoques de carbono de suas árvores de acordo com a distância das bordas, os exemplares da Mata estudada não trazem mudanças significativas.

Esse estudo é mais um alarmante para os perigos do desmatamento. Os estoques de carbono têm grande importância para o bem-estar da população humana e, por isso, as diferenças entre as áreas marginais e centrais são essenciais, já que em locais nos quais os efeitos de borda estão, de fato, presentes, a qualidade de vida é muito melhor.

Por isso, Francisco Carvalho afirma que "as ONGs e os projetos federais de incentivo ao reflorestamento são muito importantes", mas também compreende as dificuldades de conscientizar a população: "É difícil explicar para o pequeno agricultor as importâncias de manter um pequeno espaço de floresta em seu terreno". E completa: "Às vezes isso é feito de forma muito abstrata, e não revela a real relevância do reflorestamento".

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