ISSN 2359-5191

28/04/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 03 - Saúde - Faculdade de Medicina
Bandeira Científica atende sem-terras e habitantes do Pontal do Paranapanema

São Paulo (AUN - USP) - - Alunos, professores e médicos do complexo formado pelo Hospital das Clínicas e Faculdade de Medicina da USP estiveram no Pontal do Paranapanema onde, pela primeira vez, desenvolveram o projeto Bandeira Científica junto a um grupo de sem-terras. Os resultados dessa expedição, realizada entre os dias 13 e 21 de dezembro de 2003, serão apresentados perante o Conselho Universitário da USP no dia 7 de maio em uma sessão que tem como convidado especial José Rainha, líder do Movimento Sem-Terra. Sua presença, afirmou ele, depende de autorização judicial. Além dos acampados, foram beneficiados com atendimento médico gratuito, ações educativas em saúde e estudos das condições de saúde habitantes dos assentamentos e das cidades do local.

O projeto tem o apoio, além da própria Faculdade de Medicina, da Pró-Reitoria de Extensão da USP desde 2000 mas suas atividades remontam à década de cinqüenta. Nessa época tiveram lugar as primeiras experiências de atendimento em lugares com estrutura hospitalar deficiente. Interrompido durante a ditadura militar, o projeto foi retomado em 1998 por iniciativa de alunos que consultavam os arquivos históricos da faculdade e sua versão atual possui uma gama de áreas de atuação. Segundo o professor Carlos Eduardo Pereira Corbett, encarregado da supervisão, uma característica essencial do projeto continua sendo oferecer a experiência única para o aluno de atender em uma realidade miserável. “Afinal, a pobreza que chega aqui [Hospital das Clínicas] é a que não morre no caminho”. Eles devem exercer o ofício médico sem o suporte tecnológico disponível em São Paulo. Com os poucos recursos disponíveis, às vezes apenas o próprio estetoscópio, devem priorizar a resolução do maior número de casos, uma situação longe da ideal mas comum no sistema de saúde brasileiro.

Também faz parte da filosofia do projeto levar às áreas atendidas mais do que a ação pontual. Através de parcerias com prefeituras e universidades locais busca-se uma interferência com resultados duradouros gerados a partir de avaliações, sugestões e levantamentos de prioridades. Há, contudo, discordâncias. Segundo o aluno do quarto ano Gérson Salvador, o projeto é importante mas só deixará de ser assistencialista quando priorizar alianças com grupos organizados e, dessa forma, multiplicar conhecimento fora da academia. Para ele, a iniciativa de trabalhar com os sem-terra ano passado é interessante e aponta uma tendência que deve ser seguida.

Outra novidade para a mais recente edição do projeto foi a inclusão do atendimento em fisioterapia. 11 alunos e uma supervisora atenderam os casos diagnosticados e encaminhados pelo atendimento primário. A inclusão dessa especialidade foi considerada de fundamental importância devido ao público atendido, majoritariamente trabalhadores braçais, que normalmente sofrem bastante de dores musculares e ósseas.

Participaram do projeto ao todo 106 alunos da FMUSP além de 15 médicos da instituição.Participaram também dessa edição membros da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista em Presidente Prudente.

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