ISSN 2359-5191

26/05/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 06 - Educação - Instituto de Matemática e Estatística
Pós em bioinformática une pesquisadores de exatas e biológicas

São Paulo (AUN - USP) - A Universidade de São Paulo oferece um curso de pós-graduação em bioinformática. A especialização é voltada para quaisquer alunos provenientes das áreas de exatas ou biológicas, como engenheiros, físicos, matemáticos, bioquímicos, biólogos, médicos, dentre outros.

A existência desse curso aponta um novo movimento no campo das ciências na atualidade. Da mesma maneira que no passado o homem aprendeu a representar fenômenos como a gravidade por meio de equações, hoje é a biologia que se aproxima cada dia mais da matemática.

Com o advento da genética, passou-se a encontrar fatores comuns nas mais diferentes espécies, desde bactérias até células animais e vegetais. “Entre esses fatores está, por exemplo, os mecanismos de regulação gênica, que aparecem em praticamente todos os organismos conhecidos”, disse Junior Barrera, professor de Ciências da Computação da USP e presidente do Núcleo de Bioinformática da Universidade. Ao contrário do que acontecia com os estudos tradicionais de biologia, a genética se vale do uso de medidas quantitativas, o que permitiu à matemática construir modelos que ajudam a explicar os fenômenos moleculares, por exemplo, o sistema de controle das células.

A atuação da bioinformática na genética depende da interação com outros especialistas e pesquisas de laboratório. Por processos bioquímicos, é recolhida uma grande quantidade de informações, como referentes ao seqüenciamento, à atividade dos genes e à identificação de proteínas. Essas informações são armazenadas em um banco de dados sem muita estruturação. “A bioinformática entra para tentar organizar essas informações e retirar conhecimento dessa massa de dados”, afirma Junior. Desse modo, é possível distinguir, por exemplo, o que é e o que não é gene em segmento de DNA.

Junior Barreira acredita que, no futuro, outras ciências poderão seguir pelo mesmo caminho da biologia. “Sempre que houver processos que permitam medir coisas, é possível criar modelos matemáticos”, afirma o professor. A metereologia, uma ciência complexa, é um exemplo disso. Ela cada vez se torna mais quantitativa conforme vão surgindo novos instrumentos fazendo medidas. O professor Junior não espera, entretanto, que as ciências humanas possam ter o mesmo desfecho. “Elas são de outra natureza”, justifica.

Mais informações sobre a pós-graduação em bioinformática podem ser obtidas no site www.ime.usp.br/posbioinfo .

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