ISSN 2359-5191

11/08/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 07 - Sociedade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Estudantes da FAU desenvolvem projeto de assentamento rural

São Paulo (AUN - USP) - Um grupo de estudantes da FAU-USP desenvolveu um projeto de intervenção que propõe a criação de um assentamento rural sustentável para o MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

O projeto propõe uma seqüência de ações para se alcançar um sistema de produção em solos de boas condições e a implementação de infra-estrutura, como distribuição de água, irrigação e abrigo para a criação de animais intensiva.

A disposição das culturas será adequada à topografia, à condição inicial do solo e à necessidade de cuidado. Por isso a vila rural estará situada perto da criação de animais, da plantação de frutas e das estufas. Perto ainda estarão a administração da cooperativa e os equipamentos para processar os produtos brutos

A vila rural será implantada ao redor do centro cívico, formando unidades de vizinhança pela relação espacial estabelecida entre um determinado número de habitações.

O material escolhido para a construção das casas será produzido no local, com técnicas apreendidas pelos moradores da comunidade. Cada parte da casa é construída com diferentes materiais: tijolos de solo-cimento para cozinha e banheiro e paredes de madeira para o restante. A produção dos tijolos de solo-cimento será feita num sistema de cooperação, tornando a construção mais barata e otimizada, já que a comunidade dispõe de pouco recurso financeiro.

A intervenção é baseada nos princípios da sustentabilidade, com enfoque na relação entre o ser humano e o ambiente em que vive. O principal conceito da proposta é adotar o ser humano como elemento fundamental do esquema sustentável, quando se trata do desenho ambiental abordado pelas dimensões ambiental, social e cultural.

Segundo Priscila Giddins, uma das idealizadoras do projeto, a atual organização do sistema sócio-econômico brasileiro baseia-se na desigualdade e na exclusão, resultando na degradação do ser humano em seus espaços individual e coletivo. A falta de consciência e educação traz conseqüências para o meio ambiente, como a má interação com o próprio meio e o desperdício de energia. Por isso, cinco ações principais foram incorporadas ao projeto: recusar o desperdício da capacidade humana e reduzir a má interação com o meio ambiente, ambas as ações realizadas através de educação e conscientização dos participantes do projeto, utilizar todo o conhecimento e habilidades adquiridas por cada um e reciclar e recuperar elementos que podem ser úteis à comunidade.

A partir de uma análise da situação social e econômica do Brasil, os estudantes identificaram o MST como uma organização capaz de reunir e por em prática estas questões: "Seus assentamentos têm enorme potencial para a formação de comunidades sustentáveis e eco-vilas. São diferentes das áreas rurais tradicionais devido à organização e à ideologia próprias do movimento: defendem o uso coletivo do solo e a reunião da comunidade em uma vila rural", diz Priscila.

O projeto do assentamento é bastante promissor, porém os estudantes não têm uma previsão de quando ele será de fato implementado.

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