Polos culturais de São Bernardo do Campo: continuidade, ruptura e a ideia de descentralização cultural.

O objetivo deste artigo é verificar a validade da tradução de políticas públicas da área cultural, no momento em que diagnósticos e ações são reelaborados e implementados em contextos históricos e tempos sociais distintos. A partir da análise da ideia de descentralização cultural presente na ação Polo Cultural, da Secretaria de Cultura do Município de São Bernardo do Campo, se discutirá a filiação conceitual e programática à tradição inaugurada pelo conceito de Cidadania Cultural, de Marilena Chauí. Ao propor metas e identificar os atores sociais envolvidos, públicos ou privados, por meio de expressões formalmente próximas àquele programa original, o Polo Cultural é apresentado como possibilidade de continuidade natural de ação programática. De fato, a ação municipal, ao ser elaborada e materializada em uma realidade política e cultural distinta, resulta em um programa de natureza diversa e até mesmo contraditória à matriz teórico-conceitual de sua filiação original.