Caro leitor, chegamos ao nosso último Claro! do semestre.
Desvendar o que gostaríamos que fosse o Claro! nesse período foi nossa primeira missão. A cada edição, tornar uma ideia vaga e indistinta em um projeto completo era como caminhar na névoa, que se dissipava aos poucos, até que pudéssemos enxergar de fato o que queríamos entregar a você, que agora nos lê.
Agora que as obscuridades chegaram ao fim para nós, o Claro! fica à mercê de outro mistério: o que será que a próxima turma vai fazer com ele?
Nossa última edição também se propõe a flertar com o desconhecido, o místico, o nebuloso, capazes de despertar nossos instintos mais profundos.
Nos aproximamos do obscuro em diversas fases da vida, seja envolvidos diretamente ou como observadores curiosos. De brincadeiras de criança a distúrbios psicológicos, passando por fetiches sexuais e crenças religiosas, o incomum e o sobrenatural provocam a imaginação, por serem tão difíceis de entender.
A vontade de tocar o além nos cerca e passa por pontos tão importantes e antagônicos como a fé e o sexo. E nos deparamos com a questão: por que, afinal, temos tanto apreço e curiosidade pelo incerto?
Pesquisas apontam que toda essa nossa vontade de espiar pelo buraco da fechadura que separa o mundo real do mundo dos espíritos, lobisomens, aliens e toda a sorte de criaturas em que possamos crer, vem do medo. O medo do caos.
Afugentados pelo horror de um mundo complexo e desorganizado, que caminha à nossa revelia em seu próprio ritmo alucinante, sem qualquer estrutura, nós buscamos sentido no que não é daqui. Esperamos que o além – seja lá o que isso quer dizer – organize o nosso caos. Não importa quão avançada a ciência esteja.
Mergulhamos nesta edição nos mistérios que rondam a mente humana desde que o mundo é mundo. E nos despedimos neste editorial com uma recomendação: leiam à luz do dia, jamais sozinhos e, se possível, com um trevo de quatro folhas na mão. Dizem os espíritos que a edição está sinistra.
Damos adeus a vocês, leitores. Ou até logo, quem sabe voltemos a interagir através de algum contato sobrenatural. Obrigada por terem nos acompanhado e sigam em paz.
Se puderem.