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O lado obscuro da internet

 

Por Anita Abdalla

 

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Se você acredita na máxima “se não está no Google, não existe” sinto lhe dizer que você esta profundamente errado. A internet que você acessa todos os dias é conhecida como Surface Web, ou seja, é meramente a superfície do todo que compõe a web. Estipula-se que o que exploramos online todos os dias seja apenas 4% desse todo.
Mas então, onde está o restante?

Pense bem. Você sabe a resposta dessa pergunta. Sim. O restante está naquela parte obscura da internet conhecida por Deep Web.

Fase 1: Como chegar lá

A Deep Web não é ilegal. A polêmica acerca do seu uso está no fato de que ela permite que você navegue de forma anônima, sendo o local ideal para armazenamento e compartilhamento de arquivos sigilosos pelo exército e governos, por exemplo, e também um território propicio para venda de produtos ilegais.
Para acessar a Deep Web você não precisa necessariamente de um navegador próprio, mas sem ele o conteúdo disposto é muito limitado e você deixa seu computador vulnerável.

Dentre os navegadores possíveis, o mais famoso é o Tor. E essa é a parte fácil, é só procurar-lo no Google convencional e fazer o download.

Agora não se iluda: após baixar o Tor e começar a fazer buscas, você não vai encontrar de cara sites e vídeos bizarros ou pornografia infantil. Como no Google, você vai encontrar diversos sites relacionados a sua busca e somente os sites finalizados com “.onion” (uma referência a cebola que simboliza o Tor – que é, por sua vez, um acrônimo para “The Onion Router”) são aqueles escondidos da rede comum. E que, mesmo assim, não vão te mostrar nada bizarro – a não ser que você esteja procurando.

Fase 2: Como encontrar o que você procura

Não somente de ilegalidade vive a Deep Web. Nela é possível encontrar livros raros, por exemplo. E para encontrar o que você procura, um caminho é a wikipedia da Deep Web, a Hidden Wiki. A partir dela é possível acessar diversos sites que vão desde vendas de produtos Apple até uma identidade nova. Uma forma comum de realizar essas compras é por meio das bitcoins, as moedas eletrônicas – que podem ser encontradas na internet comum, mas que são mais utilizadas na Deep Web por não serem rastreáveis como os pagamentos comuns.

Todos esses links são finalizados com o tal .onion, que o difere do conhecido .com da surface web. Não a toa a cebola é um símbolo tão usado: a Deep Web é disposta, assim como o vegetal, em camadas. Essa parte encontrada na Hidden Wiki são só as primeiras camadas de toda a imensidão que existe. O acesso às outras camadas depende da sua habilidade e das ferramentas que você possui – em certo ponto até mesmo o Tor se torna limitado.

Fase 3: As Fossas Marianas

Conhecido como o lugar mais profundo dos oceanos, as Fossas Marianas serviram de inspiração para o nome do local onde ficam as “últimas camadas” da Deep Web, a Mariana’s Web.

Nessa parte o nível de criptografia é extremamente avançado. O que se sabe baseia-se em pesquisa em fóruns sobre o assunto, feitos por frequentadores assíduos da Deep Web. A hipótese é de que é nesse território que é possível encontrar comércio de pessoas e órgãos, organizações terroristas e planos militares. É também aí que grupos hackers se organizam para tentar combater a pedofília na Deep Web e organizações piratas chinesas se associam em busca de maior liberdade no país. Ou seja, não são só coisas bizarras que se abrigam ali.

A verdade mesmo é que pouco se sabe e muito se especula sobre o que está escondido dentro da Mariana’s Web. E é isso que torna os mitos que rodeiam a Deep Web tão populares.

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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