Arnaldo Antunes nos ensinou quando éramos crianças que “uma mão lava a outra”. Hoje, entendemos que uma mão lavar a outra significa mais que lavar as mãos com água e sabão – literalmente. Significa cooperação. Ainda que seja almejada pelo idealismo humano, a colaboração entre as pessoas, por diversas vezes, perde espaço para as relações exploratórias, tão comuns e diluídas nas sociedades contemporâneas.
Nesta edição, o Claro! procura apresentar os vários lados dessa realidade e reavaliar visões sedimentadas. Afinal, a exploração pode ou não ser algo ruim. Ao mesmo tempo, o verbo explorar significa descobrir e abusar. É fato que estamos acostumados com o estigma negativo carregado pela palavra. A todo momento, nos deparamos com notícias que denunciam exploração no trabalho, na família e em relacionamentos afetivos. Somos explorados aqui e ali, mas por vezes, veja só, nos encontramos como os próprios exploradores! O quê? Sim! Parece que o equilíbrio não é tão simples de ser atingido.
Paralelamente, explorar nos remete a um outro cenário muito mais prazeroso, que envolve experimentação e revelação. Em uma viagem, podemos descobrir um novo lugar, os cantos escondidos da mente, e, por que não, o próprio corpo?
“Mas qual o valor da volta ao mundo?” Perguntam os turistas da Disneyland, em Orlando, ao Red Light District, em Amsterdam. Em ambos os contextos, o dinheiro atua como um personagem importante. A dúvida, no entanto, nem sempre se refere a valores monetários. Quais as implicações de explorar estas aventuras?
Entenda essas relações que, para o bem e para o mal, são partes inerentes de nossas vidas. Explore!