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Propósitos esquecidos

 

Por João Cezar Diaz

 

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Um Farol para Nenhum Porto

 

Próxima ao encontro do rio Pinheiros e do Tietê, uma torre de 23 metros, conhecida como o “relógio do Jaguaré” esconde histórias e boatos em sua arquitetura. Com uma silhueta igual a de um farol que encontramos no litoral, o verdadeiro propósito da construção de Henrique Dumont, sobrinho de Santos Dumont, foi, alegadamente, o de criar uma estrutura que sinalizasse às embarcações a localização de um porto fluvial que nunca existiu. Em algumas plantas antigas que tratam do loteamento do bairro onde se encontra o “relógio”, existe uma área reservada a um porto, mas as pistas concretas sobre a torre se esgotam por aí.

 

Mais Torres

 

Ligando o Bom Retiro a Santana, se situa a Ponte das Bandeiras, antiga “Ponte Grande”, que abriga vestígios quase arqueológicos do tempo em que o rio Tietê não era simplesmente um prolongamento do sistema de saneamento. Duas torres precárias marcam o local, com 25 metros de altura e uma irônica bandeira da cidade de São Paulo tremulando em cada. Com o desígnio de serem plataformas para a observação e monitoramento das freqüentes provas de esportes aquáticos que tomavam lugar por aquele trecho de rio, hoje servem de moradia a duas famílias que não encontraram outro lugar para viver.

 

O Solo não Movido

 

Poucos sabem que o Parque do “Ibirapuera” do tupi-guarani “árvore podre”, já abrigou em seus 1,5 milhões de m² aldeias indígenas, favelas e até um cemitério para animais. Durante a implantação do parque tudo foi retirado ou destruído para dar lugar ao projeto, mas um detalhe se salvou. Ao lado da pista de cooper, escondida pela sombra da copa de uma falsa seringueira, uma única lápide do cemitério desativado ainda marca o local onde o cachorro Pingüim foi enterrado. “Ao nosso fiel amigo Pinguim (5/3/1937 – 5/6/1946) eternas saudades dos seus donos Nina e Nice”.

 

Catacumbas da Paulista


A avenida mais icônica da cidade, a Avenida Paulista, tem em seu subterrâneo, 22 galerias de variados tamanhos. Somando, são 13 mil metros quadrados. As áreas seladas desde 1967, pelo “projeto Nova Paulista” (que nunca foi concluído), são hoje áreas oficialmente públicas. A única forma de conseguir acesso é através de bueiros que ainda tem ligação com o antigo sistema. Explorar esses locais talvez não seja uma boa ideia, uma vez que, segundo a “Associação Paulista Viva” há escassez de oxigênio nas galerias.

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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