Uma conversa. O barulho da cidade. O grito dos que querem espaço. Aquilo que não ouvimos. O som é parte essencial da nossa vida e de nossa percepção do mundo. O Claro! desse mês busca tratar da sonoridade nos mais diversos âmbitos, desde o barulho que não percebemos até o que cura. O silêncio e a surdez também estão presentes, buscando nessa ausência um sentido para a existência.
Diz o hinduismo que o universo emana uma vibração primordial. O sânscrito OM, que ilustra este editorial, seria o som essencial que constitui todos os outros. É nele que está presente todo o conhecimento. Ele representa a vigia, o sono e o sonho. Quando se vocaliza o OM, acredita-se entrar em contato com o próprio princípio de tudo.
Mais do que simples vibrações sonoras, o som carrega esse traço mágico e divino. Quem nunca chorou com uma música, ou então foi transportado para centenas de mundos e possibilidades ao ouvir uma boa história? O som nos rodeia diariamente, nos transforma, nos faz sentir.
E quando o som não está la, o silêncio, assim como as vibrações sonoras, também são formas de expressão e de descobrimento. O que seria de nós sem a possibilidade de entrarmos em contato com o nosso mais intimo, na ausência dos sons? E até aqueles que não têm audição conseguem transformar essa falta em possibilidade de interpretar o mundo de uma forma única.
O OM está em cada um de nós: seja o mantra hindu, seja aquela música tocando, seja o ruído mais sutil da natureza, não podemos fugir do som. Ele é a manifestação da vida. Então, caros leitores, respirem fundo, sintam a vibração do universo, conectem-se com o mais sublime da vida e venham conhecer mais do som nas páginas do Claro!