A casa, a escola, o clube. A macarronada de domingo, o churrasco na laje, o feijão de todos os dias. O dedo em riste, a voz exaltada, a testa franzida. A briga, o perdão. O nascimento, o casamento, a morte e a separação. Os costumes, as festas, a tradição. O nome, o sobrenome, o codinome, o apelido. A proteção, o apoio, o abandono.
Quero sair de casa. Estou grávida. Não vou escovar os dentes. Vocês não me entendem. Odeio vocês. Amo vocês. Por que você não veio me buscar? Venha, o almoço já está na mesa. Abaixa o volume da tevê. Saudades, tia! Você não é todo mundo. Quem manda nessa casa sou eu. Bença, vô. Não, não temos filhos. Vai mais para o lado, assim não enxergo. Na volta a gente compra. Amanhã te levo. Depois.
Já bem disse o poeta que “é impossível ser feliz sozinho”. Vivemos em sociedade, ora! Assim, associações entre pessoas são mais que inevitáveis, são imprescindíveis. Seja no sangue que perpetua o DNA de várias gerações, no grito de guerra que se exalta nas multidões ou sob o teto que abriga quatro, dez ou cem pessoas, a união acontece. E é desse fenômeno que se aflora e traz à tona o sentimento de identificação e de segregação, de tudo e de nada, de que vamos falar.
Nas páginas desta edição do Claro! há comunhão, unidade, memória, mentalidades em consonância. Há busca e ausência. Há amor que acalma e que desespera. E pertencimento. O que é família? O que pode ser família? O que você entende por família? O Claro! entende como tudo isso. E mais um pouco. Como pluralidade, necessidade, complexidade. Como o que você quiser que seja.