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Sua úlcera pode estar na sua mente

 

Por Giovanna Lukesic

 

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Sabe aquele pratão que você comeu na última sexta-feira, cheio de pimenta, acompanhado de uma cerveja? O cigarro depois da refeição, lembra? E os salgadinhos da festa da sua sobrinha no domingo? Eles podem não ser a causa daquela sua úlcera que te atormenta depois de um copo de suco de laranja. Bom, não sozinhas: além daquilo que você come, o que você pensa também tem consequências no seu corpo.

 

Sim, é isso mesmo. Todos os pensamentos negativos que você tem te afetam fisicamente e podem causar doenças como úlceras, colites, taquicardias e até mesmo problemas sexuais. Parece fantasioso? Não é. Muito influenciada por Freud, o criador da psicanálise, a medicina psicossomática é um campo que estuda justamente a ligação entre mente e corpo. Essa área da medicina defende que algumas doenças têm origem nas nossas emoções, explica o psiquiatra Leonard Verea, especializado em medicina psicossomática e hipnose clínica.

 

Toda vez que reclamamos do trânsito, esquecemos o passe do ônibus em casa e nos xingamos por isso, nos irritamos com as horas extras não remuneradas e dormimos pouco, o que nos irrita mais ainda, acumulamos tensão. No piloto automático, não colocamos isso para fora e a hipófise, uma glândula cerebral, secreta na nossa corrente sanguínea hormônios como o cortisol, ligado ao estresse. Segundo a psicoterapeuta Denise Gomes, quando isso acontece com frequência, o sistema imunológico fica debilitado.

 

As doenças psicossomáticas se manifestam principalmente no sistema digestivo. A dor que sentimos é uma resposta da parte inconsciente do cérebro, onde as informações são decodificadas, para a parte consciente, considerada racional.

 

Mas nem tudo está perdido! O outro lado da história também é verdadeiro. Ao levantar de manhã com dor de dente e pensar que esse incômodo irá melhorar ao longo do dia, é bem provável que isso de fato aconteça, afirma o psiquiatra Verea, desde que haja uma motivação para isso. Isso porque os pensamentos positivos estão associados à ideia de realização do indivíduo, explica Regis Cadini, médico especialista em psiconeuroendocrinologia. Não basta apenas querer, é preciso que haja algum objetivo concreto, como, por exemplo, comer uma maçã.

 

O tratamento, entretanto, não é feito só com pensamentos alegres, e os resultados não são imediatos. É um processo de construção em que é necessário realizar uma autocrítica e entender questões íntimas, com o auxílio de técnicas como a hipnose ou a meditação. E então, pronto para ter uma conversa sincera consigo mesmo?

 

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Por Giovanna Lukesic

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

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