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Os universos individuais do cosplay

 

Por Victoria De Santi

 

 

Cosplay é plural. O nome é a mistura de costume + play (fantasia + ação, em inglês), o que significa que os cosplayers se vestem e interpretam personagens em convenções, em feiras, em eventos. Mas o que se pode generalizar acaba aí. A partir de agora, a experiência da criação é individual.

Martha Savastano é estudante de moda. Mônica Czeszak é formada em Relações Públicas e assessora de imprensa. As duas têm rotinas diferentes, mas têm o cosplay como hobby em comum. Para a maioria das pessoas é assim, uma atividade esporádica. Mônica costuma ir a eventos três vezes ao ano. Mas há quem viva disso, principalmente no exterior. Não há regra.

Viver personagens em eventos significa interagir com pessoas diferentes. É prazeroso, e isso deu para Martha mais autoconfiança, ajudou a driblar a timidez e a expor a sua opinião. Assim como ela, Mônica fez muitos amigos. Mas tudo começa com a escolha dos personagens.

Martha escolhe as personagens que interpreta por suas personalidades, características com as quais se identifica ou que admira. Começou há 4 anos, e já interpretou mais de vinte. Já Mônica, que é cosplayer desde 2009, escolhia, no início, personagens mais parecidas com ela, para não gastar muito dinheiro com perucas e maquiagens elaboradas. Hoje tem liberdade de escolher através das histórias que a interessam mais. Mas o critério de escolha é livre. Não há norma.

A produção das fantasias também é diversa. Há os que criam suas próprias, pesquisam tecidos, costuram em casa. Mas há quem compre a fantasia pronta, que não tenha habilidades para a manufatura, prefira investir no produto final. Não há padrão.

E ao contrário do que costuma se acreditar, esse universo não é só o dos mangás e animes. O universo cosplay engloba todos os tipos de personagens de filmes a quadrinhos, livros, desenhos. Alguns são criados do zero pelos próprios cosplayers. Não há fronteiras.

Outra confusão que acontece é misturar animação de festa com cosplay. Mas há uma diferença: um animador pode ser um cosplayer, que se dedica, se interessa pela atividade; mas também pode ser um ator ou um modelo. E os cosplayers não são necessariamente animadores de festa, só se quiserem ser. Não há cânone.

A experiência com cosplay é tão diversa e rica quanto numerosos são os personagens interpretados. Lá fora, seu surgimento data dos anos 1940. No Brasil, é coisa recente. Foi nos anos de 1995/96 o início da atividade cosplay por aqui. Há muito ainda pela frente.

 

 

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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