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Equipe conquista incrível vice-campeonato

 

Por Diogo Magri

 

Um círculo no meio do campo, formado por torcedores, jogadores e diretores, agradece pela glória conquistada. O
motivo do agradecimento está no meio da roda: um troféu. A cena, ocorrida em Batatais, a 355 km da capital São Paulo, é comum após a vitória de um time de futebol na final de um campeonato. Um aspecto, entretanto, chama a atenção em toda aquela comemoração. O troféu é de prata – a cor do segundo lugar.

 

Conhecer o Batatais FC ajuda no entendimento do contexto. Com 98 anos de história, a equipe não possui uma
estrutura que rivalize sequer com outros times do interior. Em 2017, porém, o Batatais se sagrou vice-campeão
da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a competição mais importante da categoria sub-20 no Brasil. “Foi tudo lindo,
nunca vai sair da minha cabeça”, comenta Bruno de Paula, membro de uma torcida organizada do time que acompanhou toda a campanha.

 

Dos 120 clubes que iniciaram a competição, Batatais e Corinthians chegaram à final, no dia 25 de janeiro, no Pacaembu. Maurício Kem, volante do Batatais, mal conse guia acreditar no que estava vivendo: “Era um sonho meu
de muito tempo atrás”. Maurício, por conta de um cartão amarelo na semifinal, não pôde enfrentar o Corinthians,
mesmo tendo sido titular a competição inteira. “O que mais me chateou foi não ter jogado a final, mesmo tendo contribuído para tudo aquilo. Ainda assim, estava muito animado pela equipe”.

 

Enquanto Maurício controlava a expectativa no hotel onde o time estava hospedado, na capital, Bruno se dirigia a São Paulo com a caravana que havia saído de Batatais na manhã do dia da final. “Fomos em seis ônibus e alguns carros”, conta. Chegar ao Pacaembu e encher um setor das arquibancadas parecia inimaginável para a torcida de um clube tão pouco conhecido. “Ali, caímos na realidade e entendemos o que aquilo significava”, reforça Bruno. E, quando a bola rolou, o time grande, empurrado pela tradição de títulos e por milhares de torcedores no estádio, teve dificuldades frente àqueles meninos do interior.
Bruno resume, orgulhoso: “A determinação de cada atleta nos impressionou”. Por isso, o resultado, 2×1 para o Corinthians, pouco importou. O que se viu após o apito final foi uma festa de ambos os lados. Para Maurício, a chateação de não poder ajudar os companheiros ou mostrar seu futebol em rede nacional desapareceu após o jogo. “Não tenho nem palavras para descrever uma felicidade tão grande quanto a que senti naquela hora”, disse. Após a partida, eles voltaram com os ônibus para Batatais e encerraram a festa no campo do time, com a roda de agradecimento. Naquele dia, a medalha de prata, cujo clichê é ser símbolo de uma derrota, teve um valor dourado.

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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