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Viveram felizes para sempre

 

Por Mariana Mallet

 
Você é feliz? Ah, a felicidade está sempre em jogo! Novelas, filmes e livros, todos com tramas diferentes, tentando alcançar um único objetivo: o final feliz. Mas, afinal, o que é essa tão cobiçada felicidade que a humanidade busca ininterruptamente?
Alguns dizem que ser feliz é não ser infeliz – leia-se razoavelmente satisfeito – em nenhum aspecto da vida. Muitos filósofos também já bateram na mesma tecla que hoje insisto em bater. Schopenhauer, por exemplo, concluiu que a felicidade plena era inconcebível: buscá-la é o mesmo que evitar infelicidades. Claro, sabemos que o alemão era pessimista, mas, será que ele está tão errado assim?
É engraçado como a felicidade conduz os homens. Até Harvard estuda a felicidade! Para os cientistas norte-americanos, as pessoas infelizes são as que pensam muito sobre a felicidade. Acredite se quiser, mas um estudo feito por eles indicou que as pessoas mais felizes eram as que aproveitavam o momento, sem estar com a mente em outra preocupação. Então toda aquela história de carpe diem (aproveite o dia), que era moda tatuar, nos anos 90, é verdade?
Vamos olhar por outro lado então. Bertrand Russell dizia que, para alcançar a felicidade, era preciso desapegar-se dos egocentrismos, focar-se nos aspectos externos da vida: os relacionamentos, o trabalho, as sensações. E se juntarmos tudo?
Temos aqui que felicidade é não ser infeliz em nenhuma área da vida; é evitar as infelicidades; é aproveitar o momento; e desapegar do egocentrismo.
Ora, se você não é infeliz com nada na sua vida, você tem evitado o que te deixa infeliz, certo? E se você tem evitado o que te deixa infeliz, por exemplo, deixou de trabalhar aos finais de semana, você aproveita mais o que te deixa feliz, como passar um tempo com entes queridos. E se você aproveita mais os seus momentos, você desapegou do egocentrismo que te faz procurar a felicidade plena incansavelmente: você saiu de dentro de si.
O leitor vai me questionar: como isso se aplica no mundo real? Afinal, esses são pensamentos de filósofos. Mas, engana-se quem acha que essa conclusão é exclusiva dos pensa dores. Outro dia mesmo, um senhor sentou-se ao meu lado no metrô, puxando conversa. Eis que aproveito e lanço a pergunta – inconveniente – se ele é feliz. Seu Jorge gastou muito tempo atrás da felicidade: passou fome, trabalhou de domingo a domingo. E, então, com setenta e muitos anos, ele enxerga que os seus momentos de verdadeira felicidade foram quando não estava em busca da mesma.
Ora, o que um velho qualquer tem a ver? Pense comigo: para alcançar a felicidade, ele trabalhou incessavelmente, deixou de fazer o que queria. Mas, quando nem sequer pensou nela, estava feliz.
Então, depois de tudo isso, eu venho tentar te convencer que eles estão falando basicamente a mesma coisa, de maneiras diferentes? Não, afinal, não existe fórmula para a felicidade. Enfim, chega de martelar sobre ela. Hoje o dia está lindo.

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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