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Novela na vida real

 

Por João Paulo Almeida

 
Zeca e Rui estão tentando encontrar Ritinha – “Nasci para viver presa!” Geisa tem sua grande oportunidade no UFC – “It’s time!” E Bibi decide confessar seu crime – “Fui eu que incendiei o restaurante.” – “Então você está presa!” Amanhã, último capítulo de “A Força do Querer”.
A novela sempre fez parte da vida do brasileiro, com a televisão ocupando o lugar principal na sala. Sempre foi um ritual das famílias acompanhar, após o jantar, a vida de intrigas, aventuras e amores das personagens. A TV ditava tendências e provocava grandes polêmicas nacionais ao falar de aborto, sexualidade, Aids, drogas, reforma agrária e outros. E o final de uma trama sempre causou grande expectativa, quando no sofá era discutido quem ia ficar com a mocinha, o que ia acontecer com o galã, ou como o vilão ia morrer. O último capítulo de Roque Santeiro parou o país em 1986, e a audiência de 67 pontos nunca foi superada.
O final é importante, mas a professora Esther Imperio Hamburger, do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA, lembra que é mais interessante para o autor adaptar o roteiro durante a trama. O fim não é necessariamente o que se espera e o que importa é a busca de interlocução, adequação e suspense. “No final, o autor pode até surpreender porque o público já chegou até ali e não haverá nada depois”, afirma.
Nos anos 90, a discussão familiar em volta da TV ficou morna, com a TV a cabo, aparelhos nos quartos e os computadores pessoais. Foi assim até a chegada das telas gigantes, em meados de 2005, com modelos de mais de 40 polegadas e alta definição, quando voltou a reinar nas salas, fina e elegante, um objeto de desejo. Passou a ser não apenas uma TV, mas uma central multimídia online.
O fim de uma novela, principalmente da TV Globo, continua despertando muito interesse, mas precisa competir com os elementos fora do canal. O telespectador ainda fica no sofá, mas de olho no celular e na internet, onde comenta tudo em tempo real. Se uma personagem agrada ou não, logo as redes mostram; se algo foi engraçado, rapidamente vira “meme”; se a trama vai ficando ruim, mais pessoas se conectam para reclamar. Muitos também telefonam para a emissora todos os dias, dando palpites e perguntando até a marca de esmalte da atriz. Seja como for, a novela pode ter um último capítulo, mas a discussão, real ou virtual, não.

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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