Pense na vida como uma estrada longa. Sinuosa e bifurcada como se tivesse sido projetada a partir de um punhado de barbantes jogado no chão por uma criança. Com muitos caminhos e muitas variáveis, cada quilômetro desse percurso traz suas particularidades. Mas tem uma coisa que a gente consegue perceber em todo metro desse emaranhado de vida: os nós, que te impedem de passar, de ver, de ouvir, de ser. Proibido. E de repente, com uma placa aqui, outra ali, com um grito de ‘não’, com um olhar repreensivo, ou com um dedo na cara, os caminhos e as escolhas já não parecem mais tão bonitos e diversos.
É a lei que te proíbe de fumar o que quer fumar e de ouvir a música que quer ouvir. É a moral que te proíbe de amar quem você ama, e de ser quem você é. É a política que não quer que você saiba como as coisas são. É a sociedade que não quer que você, mulher, se descubra.
O que é proibido? Por quê? Como? A quem interessa fazer que todos sigam o mesmo curso no barbante? Qual é a questão? É proibido ser diferente? É proibido ser? Vivemos cercados de tantas proibições que mal percebemos o quanto elas ditam nossas vidas.
E é das proibições mais agressivas, moralistas, curiosas e estigmatizadas que o claro! Proibido vai tratar, tentando ao máximo se desvencilhar das amarras do pudor, da moral, e é claro, do proibido.