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claro! investiga: efeito placebo

 

Por clarousp

 

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Colaboração: Fernanda Schaefer – advogada em Curitiba-PR. Pós Doutora em Bioética pela PUC-PR. Doutora em Direito das Relações Sociais pela Universidade Federal do Paraná. Professora de Direito Civil e Biodireito do Unicuritiba. Coordenadora do Curso de Especialização em Direito Médico do UniCuritiba. Membro da Comissão de Ensino Jurídico da OAB-PR. Contato: ferschaefer@hotmail.com

 

1- O que é placebo?

A expressão tem origem no latim ‘placeo’ que tem o sentido genérico de agradar, dar prazer, satisfazer. O placebo é algo que imita um tratamento médico, mas não o é, de fato. Segundo Fernanda Schaefer, advogada especializada em direito médico e pós doutora em Bioética, o conceito se aproxima da ideia de que a ação médica está sendo adotada mais para agradar o paciente do que propriamente para tratá-lo.

Cientificamente, placebo é definido como qualquer substância que comprovadamente não possua propriedades farmacológicas, podendo ter o mesmo cheiro, formato e cor de remédios com reais ações físico-químicas. Exemplos de placebo podem ser pílulas de açúcar, injeções salinas e cirurgias simuladas.

 

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2- Quando começou?

No contexto médico, o termo foi utilizado pela primeira vez em 1863. Os médicos ingleses William Gull e Sutton utilizaram água com menta para tratar pacientes com febre reumática com o intuito de avaliar o desenvolvimento natural da doença e o papel dos remédios fornecidos na época.

 

3- Como é usado na ciência?

A pesquisa com placebos, em geral, têm como objetivo investigar a eficácia de uma droga ou procedimento. A aplicação pode variar.. Fernanda Schaefer cita como exemplo o método duplo-cego randomizado no qual o paciente não sabe previamente se está no grupo placebo ou no grupo com tratamento eficaz. Além disso, também pode ocorrer de não ser notificado aos participantes a existência e distinção desses dois grupos. Para a pesquisadora, isso pode ser visto como um problema ético, uma vez que “há ausência de transparência e de informação ao pesquisado”.  

Ademais, há situações em que o placebo é administrado antes mesmo da delimitação do estudo. Isso acontece, por exemplo, em alguns estudos com pacientes portadores de diabetes tipo II. A fim de avaliar a adesão dos pacientes participantes às orientações não farmacológicas (dieta, exercícios e monitoramento glicêmico), a pesquisa se utiliza do placebo algumas semanas antes de iniciar o estudo principal.

Outro método de pesquisa foi usado, em 2014, pelo Programa em Estudos sobre Placebo e Encontro Terapêutico, vinculado ao Centro Médico Beth Israel, hospital escola da Universidade Harvard. A experiência buscava estudar a eficácia do placebo como medicamento. Foi administrado a pacientes com enxaqueca o remédio Maxalt ou placebo, depois disso eles foram divididos em três subgrupos: os que receberam o envelope com selo “Maxalt”, os com “Placebo” e os com “Maxalt ou Placebo”.

Segundo os resultados da pesquisa, os pacientes que receberam placebo, mas com o envelope Maxalt, tiveram resultados muito positivos. Já os que receberam Maxalt com o envelope Placebo tiveram o mesmo resultado. A conclusão da pesquisa foi que só por mudar as palavras no envelope, pode-se fazer o placebo tão eficiente quanto o medicamento.

 

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4- Efeito Placebo

A expressão efeito placebo se relaciona às reações positivas, que geram resultados diretos sobre a saúde ou sobre ou bem-estar do enfermo, decorrentes da administração de um placebo semelhante a um medicamento (oral ou injetável), da realização de cirurgias simuladas ou até da utilização de um equipamento ineficaz.

Segundo Schaefer, vários mecanismos psicológicos contribuem para esse fenômeno, como a expectativa de efeitos positivos e a associação condicionada entre medicamento e droga ativa. Os efeitos placebo dependem da natureza da doença, da influência do meio em que o doente está inserido e da compreensão do doente sobre o tratamento que está lhe sendo oferecido, por isso doenças cujos sintomas são mais subjetivos respondem melhor às terapias com placebos.

É importante ressaltar, no entanto, que nem sempre os efeitos produzidos são benéficos ou positivos. Há reações desfavoráveis decorrentes da utilização de um placebo e muitas vezes se constitui pela expectativa negativa do paciente em relação à pesquisa. As reações adversas que podem ser causadas pelo medicamento, a maneira como os profissionais (médicos, enfermeiros, auxiliares) se relacionam com o pesquisado ou mesmo a forma como o medicamento/tratamento é apresentado e suas características físicas podem influenciar na recepção do paciente.

 

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O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

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