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Para romper barreiras: o que é o esperanto?

 

Por Maria Carolina Soares

 

 

Com ao menos dois milhões de falantes em 120 países, o esperanto, maior língua artificial do mundo, é propositalmente simples. Sua gramática tem apenas 16 regras — o português tem 22 só para os usos de algumas letras —, os verbos têm a mesma conjugação para todas as pessoas e as palavras são junções de outros idiomas.

 

Isso foi de caso muito bem pensado por Ludwik Lejzer Zamenhof, um filólogo polonês que, em 1887, teve a ideia de criar um idioma universal, sem pátria, que pudesse alcançar todas as pessoas e facilitar a comunicação. Quando publicou o manual, ele tinha como inspiração sua cidade natal Bialystok, que aglomerava pessoas de diferentes origens, o que dificultava a convivência.

 

Durante a Segunda Guerra Mundial, esperantistas foram perseguidos por Adolf Hitler e Joseph Stalin, que tinham pouco interesse no conceito libertário da língua. Isso fez com que o idioma parasse de crescer e até diminuísse no número de falantes.

 

O termo “língua artificial” se refere a um idioma criado intencionalmente por um grupo de pessoas, ao contrário dos naturais, que evoluem da cultura de um povo. Entretanto, quem fala o esperanto não gosta muito dessa alcunha. “É um termo que a gente prefere evitar,” diz Karina Oliveira, doutoranda de linguística da FFLCH e professora do idioma na USP. Ela conta que essa expressão se adequa melhor a linguagens programáticas, como Fortran, IDL e Phyton, já que são usadas em máquinas.

 

Para ela, o propósito do idioma foi cumprido, já que muitas das experiências enriquecedoras que teve se devem a ele. Ela frequenta congressos do idioma em todo o mundo e, em um deles, em Lisboa, conheceu o namorado, que mora na França. “Também fiz um curso de pós-graduação semi-presencial na Polônia graças ao esperanto. Na maioria das vezes, eu recebia ajuda de custo de organizações esperantistas,” lembra.

 

E ela não é a única. Eduardo Bessa Azevedo, professor do Instituto de Química de São Carlos, dá aula do idioma e é um grande entusiasta do seu potencial para a harmonia dos povos. Bessa é bastante otimista quando se trata do papel do esperanto na sociedade futura. “Há que se levar em conta que o esperanto tem pouco mais de 130 anos. Em termos linguísticos, é extremamente jovem. Ouso dizer que, tornar-se o esperanto a língua internacional, é mera questão de tempo”, aposta.

 

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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