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Quem fala inglês, vai a Roma

 

Por Laura Molinari

 

 

A língua inglesa é a mais frequente na comunicação digital, na relação entre nações e no mundo empresarial. E é também a mais ensinada como língua estrangeira ao redor do globo. O que pouco se discute, no entanto, são os caminhos que levaram o inglês ao grau de influência que possui na contemporaneidade. Afinal, quais foram os fatores capazes de elevá-lo ao seu status de importância atual?

 
A difusão da língua inglesa se deu, primordialmente, porque ela estava no local ideal e na hora certa. Foi um processo que ganhou força no século XIX, com a Inglaterra exercendo poderes políticos, econômicos e culturais em suas neo-colônias. Mas o auge do idioma começou só no século seguinte, com o fim das Grandes Guerras, devido à prosperidade dos Estados Unidos como nova potência mundial a partir dos anos 50.

 
Viver longe do inglês atualmente pode ser desafiador, já que se trata de uma língua global. “Em uma visão utilitária, ela propicia globalização, comunicação e mobilidade”, explica Daniel Ferraz, professor de Letras-Inglês no Departamento de Línguas Modernas (FFLCH-USP) e pós-doutor com foco no ensino da língua inglesa.

 
No geral, essas línguas globais são resultado de políticas de expansão econômicas e culturais muito bem articuladas. Daniel ressalta que “no projeto de formação de um país, a língua é um fator determinante. Nesse sentido, é um projeto de modernidade extremamente colonial e imperialista”. Em outras palavras, o que determina a projeção e a força das línguas no mundo é o poder de seus falantes nativos e seu poder econômico.

 
Não é um caso exclusivo da língua inglesa — muito pelo contrário. A hegemonização linguística se repetiu ao longo da história da humanidade e continuará acontecendo daqui em diante, de acordo com relações de poder. Foi, por exemplo, o caso do latim com a ascensão do Império Romano, na Antiguidade Clássica, e também do francês, até o declínio da Era Napoleônica.

 
Hoje em dia, a difusão do inglês persiste com uma massiva produção de informação e entretenimento, de maioria estadunidense, que se consome diariamente e aproxima a população mundial quase intimamente ao idioma.

 
Existem também políticas linguísticas de padronização do ensino que são replicadas mundo afora. A exigência de certificados de proficiência para a realização de intercâmbios ou a obtenção de empregos, por exemplo, ajudam a manter o inglês no topo dos interesses linguísticos de jovens e adultos de todo o mundo.

 

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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