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E cadê todo mundo?

 

Por Maria Clara Rossini

 
Página 5 - claro! Sideral

Imagem: Gabriela Bonin

 

“A gente vê extraterrestres em filmes, pesquisas e tem até gente que diz ter visto Ovni voando por aí. Se a gente fala tanto dos benditos aliens, onde é que eles estão?” Isso parece algo que você ouviria em uma conversa informal. Por incrível que pareça, essa foi a mesma pergunta que o físico Enrico Fermi fez aos seus colegas em 1950 nos Estados Unidos. Foi ela que deu origem ao Paradoxo de Fermi.

 

Enrico Fermi desenvolveu o primeiro reator nuclear e recebeu o nobel de física em 1938. Apesar de todas as atribuições, ele não era astrônomo. A sua fala se transformou no paradoxo depois de cair na boca de outros astrônomos, de físicos e da mídia.

 

O paradoxo representa uma ideia bem simples: se existem outros planetas com vida inteligente, por que ainda não nos comunicamos com eles? Antes de responder essa pergunta, precisamos refletir sobre uma anterior a ela: existe mesmo vida inteligente fora da Terra? Atualmente, parte dos cientistas acredita que há uma probabilidade grande, enquanto outros fazem apostas menores.

 

Tudo isso culmina na Equação de Drake, criada pelo astrofísico Frank Drake em 1961. Ela prevê o número de civilizações com as quais nós poderíamos nos comunicar levando em consideração alguns outros fatores.

 

Página 5 - claro! Sideral

Equação de Drake. Imagem: Gabriela Bonin

 

 

Acontece que os cientistas ainda não conhecem os valores de todas essas variáveis e nem sabem se a equação realmente daria certo. Uma pequena alteração em um número pode representar uma grande diferença no resultado. Parafraseando o criador da equação, ela existe para organizar nossa ignorância.

 

Em comparação com organismos unicelulares, a probabilidade de existir vida inteligente fora da Terra é bem menor. No nosso planeta, os seres microscópicos foram as primeiras formas de vida a se desenvolverem e ainda hoje são a maior parte das espécies que conhecemos. No atual estágio da ciência, não conhecemos nenhum tipo de vida diferente da nossa. Assim, faria mais sentido que essa regra valesse para outros planetas também.

 

Por outro lado, uma civilização comunicável seria bem mais fácil de detectar. Assim como nós, eles emitiriam sinais eletromagnéticos vindos de seus celulares, TVs ou qualquer tipo de tecnologia. É por isso que há um esforço por parte dos astrônomos em tentar encontrá-las. O Instituto de Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI, na sigla em inglês), associado à Nasa, dedica-se a fazer esse tipo de busca. Ele envia sinais de rádio e também está aberto a receber qualquer tipo de informação vinda do espaço.

 

Apesar dos esforços, nunca obtivemos resposta. A vida fora da Terra é um fato extraordinário — portanto, precisa de evidências extraordinárias para ser comprovada. Mesmo sem uma conclusão, as buscas são importantes para o desenvolvimento de tecnologias para nós, terráqueos. O princípio do armazenamento em nuvem, por exemplo, foi criado por uma demanda do SETI por guardar uma grande quantidade de informações.

 

 

Possíveis respostas ao paradoxo

 

 

Os ETs existem, mas são difíceis de achar 

Existem várias explicações para essa hipótese. Pode ser que a gente não esteja usando o jeito certo de comunicação, que os extraterrestres não possuam a tecnologia necessária ou mesmo que eles não queiram se comunicar. Não faz nem um século que começamos a procura pelos ETs, talvez a nossa tecnologia ainda não seja avançada o suficiente. Caso encontrem uma vida de uma natureza muito diferente da nossa, pode ser até que os cientistas nem consigam reconhecê-la como tal.

 

 

E se os ETs já estiverem aqui? 

A ufologia trabalha com essa hipótese, estudando as evidências de que os extraterrestres passam pela Terra constantemente. Ela conta principalmente com a pesquisa em campo, coletando relatos de milhares de pessoas. Outro ponto que suporta a ideia é a ufoarqueologia, que estuda pinturas rupestres, objetos milenares e mais. Segundo alguns ufólogos, o Stonehenge, datado de 1500 a.C., seria uma evidência dessas visitas.

 

Colaboraram:

José Estevão de Morais Lima – Ufólogo – Presidente da Aspet (Associação de Pesquisas Extraterrestres de Belo Horizonte)

Fábio Rodrigues – Pesquisador do núcleo de astrobiologia da USP

 

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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