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Para além do cartão de visita

 

Por Jose Carlos Ferreira e Leonardo Lopes

 
Conceito: Caio Mattos e Zeca Ferreira/Desenho: Caio Mattos

Conceito: Caio Mattos e Zeca Ferreira/Desenho: Caio Mattos

 

Caderno de classificados em uma mão e algumas dezenas de currículos em outra, além de, claro, bastante disposição para perambular pelo centro da cidade. Há duas décadas, essa era a maneira mais comum de se procurar emprego, porém a popularização da internet alterou esse cenário.

 

Em 2020, a oferta e busca por trabalho através de sites especializados e redes sociais está difundida e consolidada. Se antes, o postulante a uma vaga tinha que se preocupar apenas em montar o “currículo perfeito”, agora ele também deve ter cuidado com a gestão de sua imagem nas redes.

 

É fundamental que o candidato direcione seu discurso para cada tipo de vaga, argumenta Rodrigo Vianna, CEO da Mappit, empresa especializada em recrutamento para início de carreira. Isso não significa, no entanto, transmitir uma imagem irreal, esclarece o especialista.

 

O CV ainda hoje pode ser visto como o principal cartão de visita para se conseguir um emprego. As informações e experiências escolhidas a dedo pelo candidato expressam sinteticamente a imagem que é apresentada ao empregador. Mas, graças à internet, elementos como as interações do cotidiano com outras pessoas e expressões de opiniões particulares hoje também compõem o perfil que é analisado para a escolha de uma vaga.

 

Uma das maiores plataformas de interação entre trabalhadores é a rede social LinkedIn. Para se ter uma ideia, apenas no Brasil há 46 milhões de usuários conectados nela. Mundialmente são 722 milhões. “As pessoas estão em uma vitrine virtual onde tudo aquilo que você faz está sendo observado o tempo todo”, afirma Ariel Acosta, gerente de comunicação do grupo Adecco no Brasil – uma das maiores agências de emprego do mundo.

 

Se por um lado, o ambiente virtual tornou as oportunidades de emprego mais acessíveis, por outro, aumentou a exposição do candidato. E como consequência, a atenção que ele deve ter no gerenciamento de sua imagem. Para Acosta, a gestão da imagem deve ser utilizada como uma estratégia sempre que possível. Se o usuário sempre planejar como se portar nas redes, ele poderá definir como será visto pelos outros.

 

Vianna relembra que esse autogerenciamento é visto como praxe há anos para os profissionais de recursos humanos. Desde a rede social Orkut, que operou entre 2004 em 2014, se recomendava que as pessoas não entrassem em grupos que passassem uma imagem ruim. Por exemplo, uma comunidade que as pessoas se reuniam por “odiar acordar cedo”.

 

Por outro lado, ter um cuidado com a própria imagem não significa se inibir de usar a internet. A gerente de comunicação do LinkedIn, Erica Firmo, acredita que a saída para aquele que procura uma vaga é potencializar suas interações que não sejam nocivas. Por exemplo, debates construtivos com dicas de trabalho são discussões que não confrontam opiniões diretamente.

 

A primeira impressão é a que fica. Para Acosta, o jargão popular tem seu fundo de verdade, e por isso aquele que procura emprego deve sempre ter uma estratégia de gestão da própria imagem em mente. “Pense muito antes de publicar. É sua imagem que estará em jogo, cuide dela”, conclui.

 

Colaboraram:

Ariel Acosta, gerente de Marketing e Comunicação do Grupo Adecco
Erica Firmo, gerente de Comunicação do LinkedIn
Rodrigo Vianna, CEO da Mappit, empresa do Talenses Group especializada em recrutamento para início de carreira

 

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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