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O Silva que nos une

 

Por Vinicius Andrade

 

A trajetória de um dos sobrenomes mais comuns do Brasil

silva

I. Em tempos de discursos antagônicos, exacerbação dos contrastes e intolerância ao diferente, é difícil pensar, por exemplo, no que une os dois candidatos que lideram as mais recentes pesquisas eleitorais.  O que teriam em comum o maior lutador brasileiro da história do UFC e o apresentador do programa televisivo mais assistido nas tardes de domingo no Brasil? Antes de serem, respectivamente, Marina, Lula, Anderson “Spider” e Faustão, todos os quatro são Silva. A história do sobrenome – um dos mais encontrados no país e trazido ao Brasil por meio da colonização portuguesa – começou em uma modesta torre, localizada em uma cidade de pouco mais de 14 mil habitantes.   

 

II. O sobrenome “Silva” é de origem toponímica: vem do latim silva, que significa “selva, floresta ou bosque”. De acordo com Karen Hägele, diretora do site MyHeritage.com.br no Brasil, sua origem está relacionada à Torre da Silva, que fica na cidade de Valença, no norte de Portugal. “É um sobrenome bastante popular em Portugal, e não podemos nos esquecer de que mais de 35% da população brasileira é descendente de portugueses”, afirma Hägele. O primeiro Silva a chegar no Brasil foi o alfaiate Pedro da Silva, no ano de 1612.

 

III. Contudo, não há nenhuma razão para se acreditar que todos os Silvas tenham a mesma origem, segundo Marcelo Meira Amaral Bogaciovas, 1º Secretário da Abrasp (Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia). Muitos teriam adotado o sobrenome por razões diversas, após se converterem à religião católica (se judeus ou muçulmanos) ou por ex-escravos que se registraram com o sobrenome de seus antigos donos, além de índios que se tornaram cristãos.

 

IV. No livro “Os sobrenomes mais comuns do Brasil”, o pesquisador Claudio Campacci constata outro fator que colaborou para o sobrenome ter se tornado um dos mais populares no país:  a divisão entre os portugueses que chegavam ao Brasil, recebendo acréscimos ao sobrenome original. Quem ficava no litoral incorporava o “Costa”, enquanto quem se destinava ao interior do país ganhava o “Silva”, devido à selva que encontraria pela frente.


V. Baseado nos números fornecidos pelo site MyHeritage.com.br, dá para afirmar que “Silva” é o sobrenome mais comum no Brasil. No entanto, ressalva Hägele, não é possível calcular o número exato de quantos “Silvas” existem no país, pois não há nenhum órgão governamental que elabore uma estatística oficial sobre o assunto. O cálculo, pelo jeito, ficará para alguma outra pessoa. Provavelmente, um Silva.

 

O claro! é produzido pelos alunos do 3º ano de graduação em Jornalismo, como parte da disciplina Laboratório de Jornalismo - Suplemento.

Tiragem impressa: 5.000 exemplares

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