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Exposição no Hospital Universitário dá lugar aos artistas locais

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Por Giovanna Gheller
Divulgação

Adriano da Silva se baseia em paisagens naturais e urbanas para a composição de suas telas

 

No dia 6 de agosto, o Hospital Universitário completou 32 anos de atividades. Para comemorar, desde a primeira semana desse mês está expondo em seu Espaço Cultural a mostra “Artistas do Hospital”, que conta com telas, fotografias, poemas e contos criados por funcionários e médicos.

O espaço dedicado à cultura foi criado em 2012 com o objetivo de trazer um ambiente reflexivo e acolhedor ao hospital, e faz parte do projeto de humanização da instituição, primeiramente pensado em 2010 por Lucy Maeda Hirata, coordenadora do Ambulatório e assessora da Superintendência. A ideia se deu em parceria com o artista plástico Ivald Granato, que, em uma visita ao HU para inaugurar um painel de sua doação e que está no ambulatório do hospital, percebeu a potencialidade do local até então sem vida. De acordo com a superintendente e professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP, Sandra Grisi, a área foi totalmente transformada, dando lugar a exposições itinerantes de diversos artistas de renome indicados por Granato, dentre eles Claudio Tozzi, Romero Britto e Antônio Peticov.

Desde a criação de um ambiente que abrigasse obras artísticas, funcionários do hospital que frequentam o espaço e que também estão envolvidos com o processo de criação artística passaram a se interessar em expor. “Para incluir os talentos locais no circuito de exposições, elegemos um dia significativo, o dia do aniversário do HU”, comenta Sandra. “Criamos um canal para que os interessados pudessem se inscrever e organizamos a exposição de modo a contemplar todos os talentos: pintura, fotografia, artesanato, musicalidade, dentre outros.”

Maria Cristina Sakai

Os relevos do Parque Nacional do Catimbau, no agreste pernambucano, fazem parte do repertório fotográfico de Maria Cristina Sakai

Infectologista do hospital e fotógrafo nas horas vagas, Fabio Franco participa da exposição com suas fotografias. Tem a atividade como um hobby, iniciado na adolescência por influência de uma tia. O médico aproveita as férias e finais de semana para fotografar, tempo que é dividido com a música: toca piano há 27 anos por influência de sua mãe, que era violinista.

Adriano da Silva, médico radiologista, também é um dos que têm suas obras expostas. Conta que a inspiração para suas telas vem de sua vida comum. “Elas são baseadas nos lugares aos quais fui. Se tem algum lugar de que goste, seja cidade, seja natureza, costumo tirar fotografias e então fazer os quadros a partir delas, já que não tenho meios de levar o material de pintura a qualquer canto”, conta. Comenta, ainda, que apesar de ter o desenho como uma distração desde criança, não teve condições financeiras de desenvolver o talento artístico. Por não ter tido treinamento formal, acreditava que suas obras não possuíam valor algum, o que mudou quando percebeu que muitas pessoas começaram a elogiá-las. Hoje participa de sua terceira exposição.

Para Silva, “Artistas do Hospital” é uma oportunidade para os funcionários saírem da rotina. “O ambiente hospitalar é estressante. O contato com o sofrimento dos pacientes é, sim, passado para o dia a dia do funcionário. Essa parte cultural é importantíssima para nos aliviarmos do clima pesado, além do que nos põe a refletir.” Maria Cristina Sakai, farmacêutica no HU, também vê por esse lado. “A arte dá um ânimo a um local onde só se pensa em doença.” Acredita, ainda, que ao se exibirem as obras ao público, mostrando o que os funcionários fazem fora de seus horários de trabalho, os artistas podem ser estimulados a melhorar e aprimorar suas técnicas. Ademais, a mostra pode, inclusive, motivar mesmo quem ainda não está envolvido nesse meio artístico a começar a pintar, escrever ou fotografar, por exemplo.

Divulgação

Professor Carlos Rocha, diretor do Instituto de Biociências, professora Sandra Grisi, superintendente do HU, e professor Yassuhiko Okay, da diretoria da Fundação Faculdade de Medicina, na inauguração da exposição

Maria Cristina igualmente diz sempre gostar de conhecer novos lugares, e conta que durante suas viagens costumava sair tirando fotos com sua “maquininha comum”. Houve um momento, no entanto, em que pegou gosto pela coisa. “Em 1997 teve um curso de fotografia na Poli, uma amiga me convidou e eu fiz, mesmo sem câmera profissional.” Em 2004, como conta, resolveu retomar a atividade, e foi aí que se aprimorou mais, mantendo o foco em suas viagens e nas paisagens naturais.

Sandra reitera a proposta da iniciativa, que visa, de fato, a corroborar o conceito de ambiência hospitalar como local acolhedor. Diz: “O ambiente de um hospital é tenso por natureza, e torná-lo um ambiente reflexivo e de encontro com as próprias emoções se reflete no bem-estar”. De acordo com a superintendente, a agenda de 2014 já tem um maior espaço reservado para os artistas locais.

 

 

 

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