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História da pintura chinesa é contada pela primeira vez no Brasil

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Programa USP Internacional

 

Por Lucas Tomazelli
Musée Cernuschi

Zhang Daqian retrata as paisagens chinesas em sua obra

 Exposição mostra cronologicamente estilos e tradições de uma das pinturas mais importantes do Oriente

A Pinacoteca de São Paulo apresenta a exposição “Seis séculos de pintura chinesa – Coleção do Musée Cernuschi, Paris”, com 120 pinturas realizadas pelos principais artistas da China Imperial (1368-1911) e Republicana (1912-1949), bem como os pintores chineses que depois dos anos 1930 foram para o Ocidente e escolheram Paris como lugar de destino para trabalhar e desenvolver sua arte.

A mostra também contará com um catálogo digital com reprodução de obras, textos historiográficos sobre a coleção, cronologia e documentação bibliográfica. A curadoria da exposição fica por conta do francês Eric Lefèbvre.

O Musée Cernuschi, um dos mais importantes museus de arte asiática na França, tem o acervo constituído com base nas obras adquiridas pelo economista Henri Cernuschi (1821-1896), durante uma viagem ao Oriente, em 1873.  É a primeira vez que essa coleção de pintura chinesa é apresentada no Brasil, dando maior visibilidade à história da arte do país, seus estilos e tradições que se articularam ao longo dos séculos, assim como seus desdobramentos no século passado.

Cernuschi e a pintura chinesa

Mussé Cernuschi

A pintura chinesa é uma das mais tradicionais do Oriente

O reduzido número de pinturas chinesas e japonesas relativas ao primeiro inventário do Musée Cernuschi confirma a preferência de seu fundador pelo bronze e pela cerâmica. No entanto, os raros documentos visuais que mostram as salas do museu em 1898 indicam que as pinturas tinham um papel mais importante na mostra das coleções asiáticas de Henri Cernuschi do que aparentavam.

Por outro lado, a análise das pinturas chinesas revela um interesse singular pela pintura a dedo, interesse ilustrado por obras monumentais assinadas pelos maiores mestres dessa técnica, entre eles Gao Qipei (1672-1734). Esses dois aspectos são característicos das primeiras gerações de colecionadores europeus de pintura chinesa.

O interesse espontâneo pela pintura de personagem precede a descoberta da paisagem, sobre a qual deviam se concentrar as pesquisas de vários historiadores ocidentais no século 20. No entanto, a originalidade do processo e o caráter virtuoso das pinturas a dedo impressionaram por muito tempo os apreciadores franceses como Cernuschi.

Assim, as obras de Fu Wen (ativo de 1744 a 1765), um dos seguidores mais importantes de Gao Qipei, de quem Cernuschi adquirira duas pinturas entre 1871 e 1873, figuravam muito bem tanto na exposição organizada a partir do acervo reunido por Paul Pelliot (1878-1945), no Louvre, em 1904, quanto na do Musée Cernuschi, em 1912.

Divisão cronológica

A exposição está dividida cronologicamente em seis espaços. A sala Mingreúne trabalhos realizados durante a Dinastia Ming(1368-1644). Entre os destaques estão doze leques com desenhos e caligrafias realizadas por Wen Zhengming (1470-1559). Na sala Dinastia Qing (1644-1911), teremos paisagens de Xu Zhang (1694-1749), Gao Qipei (1672-1734), entre outros. A escola Epigrafia reúne trabalhos de Qi Baishi (1863-1957) e Ding Yanyong (1902-1978).

Mussé Cernuschi

A técnica de pintura a dedo é uma das grandes características da arte chinesa

Viajando no Japãoapresenta, entre outras, um conjunto de dez obras de Zhang Daqian (1899-1983), considerado o artista chinês mais importante do século 20, que se dedicou à prática da caligrafia e pintura tradicionais chinesas, deixando uma grande produção de obras em estilo moderno e extremamente pessoal, que levou críticos e historiadores a considerá-lo o “Picasso chinês”. Nascido na China continental, sua vida foi marcada por constantes viagens e deslocamentos até fixar-se em Taiwan, onde faleceu. Zhang Daqian também passou pelo Brasil e viveu em Mogi das Cruzes, São Paulo, entre 1953 e 1972.

Nas últimas salas, Descobrindo o Oestee Renascimento da Paisagem,o público poderá conhecer trabalhos dos anos 1930, 1940 e 1950. Completa a mostra o vídeo O Renascimento de duas pinturas Chinesas, que narra a história e o processo de conservação da pintura chinesa.

Seis séculos de pintura chinesa

Local: Pinacoteca de São Paulo – Praça da Luz, 2
Horário:
Terça a domingo, das 10h às 17h30 com permanência até as 18h. Às quintas até as 22h.
Preço:
R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia-entrada). Entrada franca aos sábados
Temporada: até 4/8
Mais informações: (11) 3324-100

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