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Pesquisadores da USP poderão receber e enviar dados de pesquisas a instituições do exterior com maior velocidade de transmissão
A partir do primeiro semestre de 2015, todos os pesquisadores do Estado de São Paulo serão beneficiados com a melhoria da conexão de internet acadêmica com o exterior. A Rede ANSP (Academic Network at São Paulo) planeja instalar um link de 100 gigabits por segundo (Gbps) ligando São Paulo a Miami por um cabo de fibra ótica submarino. Com isso, informações pesadas de pesquisas poderão ser transmitidas a outros locais de maneira muito mais rápida do que a atual.
Por conta da grande participação da USP no cenário de pesquisa paulista, a comunidade de pesquisadores da Universidade é um dos grandes alvos do projeto. “A grande preocupação da Rede ANSP é estar sempre sintonizada com a área de pesquisa e com as necessidades dos pesquisadores das universidades do Estado de São Paulo. E a USP, que é responsável por metade da pesquisa no Estado, obviamente é a maior preocupação”, diz Luis Fernandez Lopez, coordenador-geral do projeto ANSP, programa da Fapesp.
O primeiro canal de comunicação acadêmica para os pesquisadores da USP é a USP Net, que é uma estrutura própria e interna para atender toda a comunidade uspiana. É gerenciada pelo CeTI-SP (Centro de Tecnologia da Informação de São Paulo), subordinado à Superintendência de Tecnologia da Informação (STI). A ANSP tem o papel de fazer a interligação da USP Net com as demais redes exteriores que compõem a internet. Portanto, todo pesquisador da USP que tenha que enviar ou receber um dado do exterior, necessariamente terá que se conectar à USP Net para depois passar pela ANSP, que entregará o tráfego para outras redes à frente dela.
Aos olhares da USP, esse aprimoramento da conexão acadêmica é visto como um grande benefício aos seus professores e pesquisadores. É o que afirma o assessor do STI, Jairo Carlos Filho: “Recebemos muito bem (essa melhoria) por que usufruímos muito dessa infraestrutura. Então quanto mais no estado da arte a ANSP conseguir melhorar isso, o benefício disso para as universidades é muito grande. Vamos ter qualidade nessas comunicações”.
Segundo Lopez, a melhoria já entra em funcionamento no começo deste ano: “Nós fizemos os testes em laboratórios, tudo funcionou corretamente e agora, durante o primeiro semestre, vamos para a prática”. O ponto de troca de tráfego mantém uma estrutura em parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e será a única a ter 100 Gbps entre o hemisfério Sul e o Norte. Atualmente, a conectividade da rede se resume a quatro links de 10 Gbps cada, o que totaliza uma conexão de 40 Gbps. Portanto, a velocidade de transmissão dos dados em 2015 será 2,5 vezes maior que a atual. Os links atuais não serão desativados e ficarão como backup caso haja algum problema com os cabos submarinos de 100 Gbps.
A conectividade atual de 40 Gbps ainda suporta o fluxo de dados, mas para evitar o saturamento futuro da rede foi feita a ampliação da banda. Ela se tornou necessária devido às pesquisas apresentarem a cada vez dados de arquivos mais pesados. Com isso, foi preciso acompanhar a demanda dos pesquisadores: “O cientista faz o melhor trabalho que ele pode, então, conforme a tecnologia vai evoluindo, precisamos melhorar a conexão”, diz Lopez.
Internamente, o CeTI-SP também procura sempre acompanhar as evoluções que as redes posteriores à USP Net apresentam. Como exemplo, a Universidade foi a primeira a adotar uma conexão interna de 10 Gbps na América Latina. Agora, a USP já se prepara para se adaptar à nova banda. “Nossos equipamentos de comunicação de rede (roteadores) já estão preparados para a nova tecnologia. Nós já temos inclusive duas interfaces de 100 Gbps e nossa ideia é colocar uma comunicação da USP Net com a ANSP na mesma velocidade também”, diz Jairo Filho. As aquisições das novas estruturas foram feitas há um ano e meio e todos os testes já foram executados. “A gente está acompanhando muito de perto isso e preparado para usufruir desses recursos, que vão ser disponibilizados brevemente”, conclui Jairo Filho.
Ao aumentar a velocidade de ligação das universidades paulistas com as instituições estrangeiras, será possível receber e transmitir para diversos centros de estudos dados de informações mais pesados. Lopez lembra que o avanço beneficiará a área astronômica, visto que vários supertelescópios instalados no Chile estão produzindo materiais cada vez mais detalhados. Um deles é o telescópio SOAR (Southern Astrophysical Research Telescope), localizado na montanha andina de Cerro Pachón e que foi implementado pelo IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas). A nova banda pretende facilitar aos pesquisadores do IAG o acesso aos arquivos produzidos. “Isto vai dar tranquilidade para esses grupos em termos de capacidade de transporte porque esses projetos são mundiais”, afirma Lopez.
Os próximos anos serão repletos de novos projetos que exigirão uma maior velocidade de transmissão de dados entre pesquisadores da América Latina e do Hemisfério Norte. A partir deste ano, será testado o LSST (Large Synoptic Survey Telescope), telescópio que será capaz de mapear e detalhar todo o céu noturno. O resultado serão imagens nunca antes vistas pela ciência, capturadas por uma câmera de 3 bilhões de pixels. Portanto, devido à grande quantidade de dados de cada foto, serão precisos recursos de conexão que consigam suportar a transmissão desses dados. A experiência vai contar com a participação ativa de diversos pesquisadores do IAG. Outro ponto de pesquisa que vai demandar grandes velocidades será o de energia. O Grande Colisor de Hádrons (LHC), localizado na Suíça, rodará com maior energia em breve. Entre os colaboradores do projeto, estão pesquisadores do Instituto de Física (IF). “Nos aceleradores de partículas, a mesma coisa. Você aumenta a energia, torna as experiências mais complexas e isso implica muito mais processamento de dados”, explica Lopez.
Além do acesso aos novos telescópios, a participação paulista em alguns projetos internacionais, como o de física de altas energias e os ligados à biotecnologia, deverão aumentar. Contudo, o aumento da velocidade da Rede ANSP/RNP não beneficiará somente pesquisadores nessas áreas, mas também em outras. Tanto estudos que demandam pacotes de dados maiores quanto aqueles que costumam trabalhar com menores serão atendidos. “Do pesquisador de Letras ao físico de altas energias, nós vamos atender a todos”, afirma Lopez.
Dentro da USP, há a mesma preocupação. O alcance da internet local a todos os institutos e unidades da Universidade deverá ser igual. A oferta de recursos procura ser bastante homogênea, atendendo desde centros que demandam muitos recursos de dados até aqueles que demandam menos. “Temos condições de oferecer os mesmos recursos, independente de onde estejam, tanto do ponto de vista geográfico como do da linha de pesquisa que essa unidade trabalha. Procuramos estabelecer uma rede que atenda com os mesmos recursos toda a comunidade USP”, afirma Jairo Filho.
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