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Prédio histórico do Centro Cultural Banco do Brasil é palco para artistas explorarem a relação de suas obras com o lugar em que estão instaladas
Na esquina da rua Álvares Penteado com a rua da Quitanda, no coração histórico de São Paulo, encontra-se um imponente edifício. Construído em 1901, mistura diferentes estilos arquitetônicos europeus em voga no começo do século 20. Seus detalhes transmitem, até hoje, algumas pistas dos valores socioculturais e econômicos que a cidade vivia na época. Em 1927, virou sede do primeiro prédio do Banco do Brasil na capital. Hoje, tombado como patrimônio arqueológico e histórico da cidade, abriga o Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (CCBB-SP) e possui, em seus cinco andares, salas de exposição, teatro e cinema.
Trabalhando em cima da importância dessa emblemática construção, o CCBB-SP recebe a exposição “Planos de fuga – uma exposição em obras”. Em cartaz até janeiro de 2013, a mostra apresenta obras que levam em conta o histórico edifício e dialogam com sua arquitetura. São produções de nove artistas contemporâneos e três históricos, entre brasileiros, argentinos, colombianos, espanhóis, americanos e suíços. A curadoria é de Rodrigo Moura e do alemão Jochen Volz.
É a chamada arte in situ, método artístico que concebe a obra de arte a partir de seu local de exposição. Seis das instalações são site-specific: foram criadas pelos artistas especialmente para essa mostra. Outras, serão exibidas pela primeira vez no Brasil.
O mineiro Cristiano Rennó integra o primeiro grupo. Ele traz Cortinas, que ocupa o terceiro andar do edifício com centenas de faixas vermelhas e amarelas de plástico translúcido afixadas no vão central do pavimento. A espanhola Sara Ramo, mais jovem artista envolvida – é de 1975 – montou seu trabalho no antigo cofre do banco, no piso subsolo. Trata-se de um curioso labirinto mental, físico e emocional que faz referências à caixa-forte do Tio Patinhas – personagem da Disney –, aos canteiros de obras da construção civil e à mineração de metais preciosos.
Outro destaque da exposição é Ocasião, do carioca Cildo Meireles. O projeto é de 1974 e foi construído apenas em 2004, na Alemanha. No Brasil, é exibido pela primeira vez. A instalação trabalha com um grande espelho espião que separa um quarto vazio de outro onde há uma bacia de dinheiro e uma série de espelhos nas paredes. A conversação, de Rivane Neuenschwander, também é inédita no País. Inspirada no filme homônimo de Francis Ford Coppola, no qual um especialista em escutas acredita estar sendo observado, traz dispositivos de vigilância colocados em pontos estratégicos do museu.
No núcleo histórico da mostra, destaque para São Paulo através do carro, série de fotografias da cidade feitas pela suíça Claudia Andujar, repórter fotográfica nos anos 1960, enquanto uma amiga dirigia. O público poderá ver também a instalação Coat Closet, inédita no País, do falecido artista americano Gordon Matta-Clark. São obras de artistas que ajudaram a criar referência nas relações entre arte e lugar e que, de certa forma, servem de inspiração para a produção atual de arte in situ.
Local: CCBB-SP – Rua Álvares Penteado, 112, Centro
Temporada: até 6 de janeiro de 2013
Horários: terça a domingo, das 9h às 21h
OBS: entrada franca
seg, 29 de junho
dom, 28 de junho
dom, 28 de junho
sáb, 27 de junho
sáb, 27 de junho
sex, 26 de junho
sex, 26 de junho
ter, 2 de junho