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Uma caminhada cênica no Bom Retiro

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João Vitor Oliveira

Grupo Teatro da Vertigem, dirigido por professor da ECA, leva público para conhecer bairro do centro à noite em experiência teatral alternativa

Os dicionários definem vertigem como um estado de tontura, uma sensação em que o indivíduo sente que tudo à sua volta – ou até ele mesmo – está girando. No sentido figurativo, o termo expressa loucura momentânea, desvario.

O que esperar, então, de uma apresentação do grupo Teatro da Vertigem? Com certeza um show nada usual. É isso que ocorre em Bom Retiro 958 Metros, seu mais recente projeto. O espetáculo, dirigido por Antônio Araújo e com dramaturgia de Joca Reiners Terron, estreou em junho e fica em cartaz até o final de setembro.

A peça faz jus ao nome do grupo e oferece uma maneira alternativa de se fazer teatro. O público é recepcionado na Oficina Cultural Oswald de Andrade, no Bom Retiro, e em seguida encaminhado ao local do espetáculo: as próprias ruas e construções do bairro. “Medimos o trajeto feito com uma trena – daí os 958 metros”, explica Araújo, que é também professor no Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes (CAC-ECA).

Atores em cena durante a peça

Isso tudo ocorre à noite. A proposta é materializar cenicamente os diálogos e confrontos étnicos presentes no bairro central, um dos mais multiculturais de São Paulo e grande polo de comércio. Mas o que acontece entre o final de um expediente e o começo de outro, no limiar da noite com o dia? Que personagens tomam as ruas, agora, fantasmagóricas? É isso que o grupo pretende revelar.

Na peça, os atores desenvolvem seus papéis ao redor do público, durante a caminhada. Segundo Araújo, é um trabalho de caráter experiencial e imersivo, que proporciona uma vivência distinta às pessoas. “Os espectadores não estarão assistindo de longe, de fora, protegidos por uma parede imaginária”, explica. “Eles ficarão juntos, dentro da própria cena.”

As dificuldades surgidas desse formato transformaram a peça em uma verdadeira pesquisa cênica. Como fazer a luz se movimentar, ou a música caminhar com o itinerante espetáculo, foram alguns dos desafios enfrentados. “Experimentamos conseguir algum tipo de interferência na luminosidade das ruas e trabalhar com a própria iluminação pública”, conta o diretor. Quanto à trilha sonora, um carro de som acompanha o público ao longo do trajeto.

Enquanto o show ocorre nas ruas, qualquer um que estiver passando pode assisti-lo. Não há uma interatividade no sentido dos atores colocando o público para participar, mas as pessoas ficam sujeitas o tempo todo aos acontecimentos da cidade ao seu redor. Quando o grupo entra em alguns locais do bairro, como na Galeria Bom Retiro, por exemplo, há lotação máxima – por isso a venda de apenas 60 ingressos por espetáculo.

Recomenda-se aos espectadores ir com sapatos confortáveis, sem bolsa ou sacola e, em dias frios, agasalhados. No caso de chuva, a peça será cancelada.

1. “É diferente da situação clássica do espectador sentado. Ele está o tempo todo em movimento” – Antônio Araújo

Ponto de encontro: Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363, Bom Retiro

Horários: de quinta a sábado, às 21h. Domingo, às 19h (a produção recomenda ao público que chegue 15 minutos antes do início para a locomoção até o local do espetáculo)

Temporada: até 30/9

Ingressos: R$ 30,00 (inteira). Meia para estudantes e aposentados. 50% de desconto para clientes do cartão Petrobras (na compra de até 2 ingressos). Não serão vendidos no local.

Vendas: telefone: (11) 4003-5588. Internet: www.ticketsforfun.com.br

Lotação: 60 lugares

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