São Paulo ganhará mais uma opção para quem gosta de história. Em 2010 será inaugurado o Museu de História de São Paulo, na antiga Casa das Retortas no Parque D. Pedro. O museu pretende oferecer ao visitante a oportunidade de mergulhar na história paulista, documentando o passado do estado, das primeiras construções de taipa e da conquista da terra habitada pelos índios tupiniquins, às transformações econômicas e sociais ocorridas ao longo dos séculos.

“Nossa intenção é que o museu tenha essa narrativa cronológica, desde a chegada do colonizador até os dias atuais, da subida à serra, mostrando a diversidade étnica, a riqueza natural do Estado, o espírito empreendedor, a expansão cafeeira, aspectos importantes para se entender a história de São Paulo”, ressalta o curador Roberto Pompeu de Toledo.

Segundo Toledo, haverá recriações de construções, vestuário utilizado pelos paulistas ao longo do tempo, assim como peças autênticas, de época. “Enfim, os paulistas terão um museu interativo, aliado ao tradicional, sempre de maneira abrangente e didática do começo ao fim”.

O museu contará também com o apoio do recém-criado Centro Paulista de Documentação (SPDOC). Coordenado pelo jornalista Jorge Caldeira e pelo historiador Marco Antônio Villa, o centro pretende resgatar a memória política, cultural, econômica e social de São Paulo, com ênfase no registro da história local. O projeto teve inspiração no Centro de Pesquisa e Documentação de História do Brasil da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
 
O SPDOC trabalhará em parceria com o Arquivo do Estado e pretende, além de documentos, resgatar a memória oral por meio de entrevistas com personalidades de destaque na política de São Paulo. O ex-governador Laudo Natel já foi entrevistado e Plínio de Arruda Sampaio falou sobre o governo Carvalho Pinto.

A Casa das Retortas
A antiga Casa das Retortas data do final do século 19. Com 20 mil metros quadrados, o prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico e se localiza na rua do Gasômetro, entre as ruas Maria Domitila e da Figueira. O local era utilizado para extração de gás destinado à iluminação pública antes de São Paulo dispor de energia elétrica. Retorta é o recipiente que recebia o carvão para produzir gás.