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Bullying e desempenho escolar

A pesquisa realizada pela Fipe também analisou a associação preconceito/discriminação e menor desempenho escolar na Prova Brasil 2007, avaliação do rendimento escolar aplicada pelo governo federal.

De acordo com os dados, cerca de 30% das diferenças observadas na Prova Brasil entre as escolas pesquisadas foram explicadas por distinções nos níveis de preconceito ou discriminação. No ranking de importância, o bullying – que compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente no ambiente escolar – a professores e a funcionários figura como o item que mais influenciam na associação preconceito/ desempenho escolar.

Entre os professores vitimados os que mais sofrem os efeitos de práticas discriminatórias são os mais velhos (8,9%), os homossexuais (8,1%) e as mulheres (8%), para o porcentual de conhecimento de situações de bullying. Já quando são os funcionários, o quadro altera um pouco e as maiores vítimas são os pobres (7,9%), seguidos de idosos (7,6%) e negros (7,5%).

“A organização dos objetos, animais e pessoas por categorias é fruto de nosso desenvolvimento mental. Evolutivamente nosso cérebro foi se adequando a essa situação como uma maneira de facilitar rapidamente a compreensão da dinâmica da realidade que nos cerca”, explica Francisco Albuquerque. No entanto, essa categorização pode assumir condicionantes negativas que se entendem como preconceituosas ou discriminatórias.

Roberto da Silva, professor da Faculdade de Educação da USP, revela que professores continuamente ridicularizados, maltratados ou alvo de gozação por parte de alunos tendem a ter autoestima rebaixada, apresentar problemas somáticos e psicológicos além de estresse profissional. “Este estado emocional é comumente acompanhado de certo pessimismo que se expressa em frustração em relação à profissão, descrença no sistema educacional e na escola, críticas à família e descrença no poder público. O absentismo, as licenças médicas e afastamentos temporários funcionam como válvulas de escape para quem precisa do emprego”, destaca.

Apesar desse quadro, o termômetro da pesquisa mostra que dentro do grau de conhecimento de práticas discriminatórias, as principais vítimas são os alunos (10,5%), seguidos pelos professores (5,3%) e funcionários (4,9%).

Para a professora Maria das Graças Rua, o preconceito e a discriminação ao contribuir para um pior desempenho escolar acabam por fechar a única via legítima de ascensão social no país, levando ao aumento da violência e da criminalidade. “Além disso, ao relegar os discriminados a situações de pobreza, o preconceito e a discriminação dificultam sua autonomização econômica. Finalmente, ao negar lhes as possibilidades de pleno desenvolvimento como seres humanos, levam a perdas de capital humano, perdas de talentos em proporções que nunca poderemos aquilatar, pois se trata de potenciais que não se realizaram”, conclui.

2 comentários sobre “Bullying e desempenho escolar”

  1. Claudemir A. Lopes disse:

    Concordo com essa pesquisa a dificuldade de nós deficientes fisícos ou mesmo pessoas diferenciadas num contexto daqueles ditos normais numa sociedade extremamente preconceituosa é algo a ser estudado pesquizado e reavaliado pela nossa sociedade percebo essas diferenças no dia à dia,não só pelo fato de ser um portador de deficiencia fisica pois supero dia à dia com mais facilidade essas diferenças num contexto do preconceito,diferente da minha filha portadora de um problema genético (albinismo) no seu ambiente escolar dificultando muito seu desempenho assim como na relação social é nítido o preconceito e sofrivel não só para nós os pais,como algo terrivel para minha filha no dia à dia de sua vida juvenil,procuramos até profissionais da àrea da Psicologia porém percebemos a dificuldade desses profissionais em lidar com essa situação imposta por uma sociedade culturalmente preconceituosa,agradeço a este espaço e o trabalho que tem sido feito para lidarmos melhor com essa situação.

  2. A pior de todas as formas de agressão, não é a que causa dor física, é a que dói na alma cuja ferida custa a cicatrizar, é a humilhação.

    O interesse que desperta a cada dia nos trabalhadores e que causa danos irreparáveis, serve de alerta para a conscientização sobre os perigos que apavora e desestimula milhares de trabalhadores a continuar com tranqüilidade sua vida profissional. ASSÉDIO MORAL.

    A ironia, o descaso e a falsidade contribuem para a impunidade dos agressores que geralmente nunca assumem. O que se percebe, de um lado a defesa a favor dos que sofrem e de outro, ao mesmo tempo, a tentativa da banalização do tema pelos mesmos miseráveis e canalhas que patrocinam esse sofrimento.

    A tática dos algozes é explorar ao máximo o tema até os limites da saturação na esperança de se calar a boca dos que sofrem e assim continuarem impunes no domínio das desgraças de muitos trabalhadores honestos; competentes e capacitados.

    Muitos dos que se dizem defensores dos trabalhadores, tratam o tema na ótica do extremismo técnico, como se seres humanos fossem mercadorias descartáveis ou contratos gerados através de licitações. Pregam a necessidade premente de testemunhas; provas concretas, tudo ao rigor dos ricos detalhes da lei com os devidos artigos e incisos legais. Formatam tudo de acordo com o grau da própria maldade.

    Quase sempre estão em posições privilegiadas e usam a mesa de liderança para os próprios caprichos; insensíveis; egoístas e infelizes na alma. Acreditem aqueles que maltratam outros, são frustrados e com certeza tem um histórico familiar de rejeição.

    Desde quando se precisa de lei específica para reprimir o instinto devastador de um superior hierárquico desequilibrado; um colega invejoso ou uma instituição que ameaça a integridade física e moral de um trabalhador? Inverta-se agora a condição de trabalhador ofendido para superior ofendido. Está claro que se um trabalhador na defensiva reagir a algum ataque maldoso, no mesmo instante descobre-se maneiras legais de se acabar com ele.

    É bom nunca se esquecer da responsabilidade e autoridade de um Juiz. É para esses momentos de ausência de leis específicas que ele faz jus à posição que ocupa. É até irônico e um tanto humorístico, mas sempre passo essa mensagem: A JUSTIÇA PODE SER CEGA, MAS O JUIZ NÃO É. Confie no Juiz, denuncie sem medo, procure um Promotor Público e o cínico mentiroso será desmascarado, ridicularizado e punido com certeza.

    Para não cansar; para não saturar e para não dar as mãos à palmatória dos agressores, que querem banalizar o tema, substituo o termo Assédio Moral por BULLYING. Tem sido discutido na relação entre jovens estudantes, mas é um tipo de ASSÉDIO MORAL. O BULLY, termo inglês, é aquele valentão, que se aproveita dos mais fracos para de qualquer forma destruí-los e impor o seu poder no império da maldade e covardia. São como animais que demarcam o território e não deixam ninguém entrar sem ser estraçalhado.

    A característica principal dos bullies é o terror psicológico; agressão verbal e a vestimenta, de Cordeirinhos brancos, puros, ingênuos como Anjos Celestiais. Em épocas de natal, cantam até Pinheirinhos Agrestes. Só que são lobos camuflados; perigosos; covardes, pois nunca assumem nada daquilo que fazem, além de pregar a moral desnudos. Escolhem a vítima, espalham boatos; cínicos; falsos e geralmente se passam por grande amigo. A intenção é isolar o escolhido do grupo até conseguir destruí-lo completamente.

    Reflitam, quantos sofreram e sofrem esse tipo de agressão no ambiente de trabalho? O que difere o Bullying do Assédio Moral é a valentia dos bullies e a covardia dos assediadores da moral, que no final da tese sabemos que são todos iguais, picaretas de casta inferior.

    No setor privado é difícil acontecer esses ataques, mas no setor público, é um grande problema.

    O Jurídico e o Departamento de Recursos Humanos das Instituições Públicas devem estar saturados de tantas reclamações desse tipo a ponto de negar e fazer vista grossa ao problema.

    Tenho conhecimento dos investimentos que fazem para se chegar à excelência no relacionamento humano. Cursos com profissionais abalizados; literaturas; palestras e encontros de confraternização. Incrível, parece tudo em vão. É muito difícil acabar com as panelas e rádios pião, aquela que leva a notícia quentinha até ao banheiro. Nem lá se tem sossego. Duvidam? Coloquem microfones enrustidos nos banheiros e corredores, aguardem o resultado.

    Isso me fez lembrar o setor privado com muito humor. Em uma Indústria que trabalhei, tinha um funcionário que mantinha fechado há anos, dois compartimentos na toalete executiva da diretoria. Eram lojas de roupas. Um compartimento era a loja o outro, o provador, até que descobriram ou fizeram de conta que descobriram e acabaram com o negócio do coitado. No setor público tinha outro que ocupava grande parte da sala para estocar e negociar mercadorias do Paraguai. Também dançou.

    De todos os equívocos, esses não eram os piores a não ser pelo fato de gerar polêmicas entre os fofoqueiros e invejosos de plantão.

    Como é conhecido, o problema maior que gera todo tipo de humilhação no ambiente de trabalho, são as diferenças. Basta ser um pouco mais avantajado na inteligência; educação; gentilezas; formação; capacidade e tipo físico para que os BULLIES entrem em ação.

    Também tem outra diferença que gera um tremendo problema de BULLYING, alguma deficiência de qualquer tipo. Aí vem uma seqüência de tirania revoltante. Discriminação; preconceito; piadinhas; zombaria e humilhação. Se a vítima for inteligente, e, na maioria dos casos são mais inteligentes, aí então vai para o LEPROSÁRIO, ninguém mais se aproxima. Tem que se fazer muita oração de cura e libertação contra esses malditos bullies para conseguir sair do ISOLAMENTO e retirar a cola do rótulo que estamparam no infeliz.

    Eu sempre fui a favor da mulher chegar aonde chegou. Participei de seminários e até elaborei trabalhos que chegaram a outro país de língua latina. Não tenho o mínimo preconceito, pelo contrário, gosto de trabalhar com elas. A mulher sabe lidar com problemas melhor que o homem. Então é notável a supremacia feminina, mas o que se percebe é o descontrole na colocação delas no trabalho. Para cada dez mulheres colocam dois homens. Já pensaram como fica a cabeça dos marmanjos? Esse desequilíbrio muitas vezes pela incompreensão masculina faz nascer o conhecido BULLYING e compromete todo o bom relacionamento no ambiente de trabalho com tendências a piorar se for despertado o BULLIE que existe em cada um deles.

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