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Exposições no Maria Antonia

Por Cláudia Costa

“Um percurso que vai desde a ‘obra-livro’ até obras ‘em formato de livro’…”. É assim que Marco Bazzini define a exposição “Italian Art Codex”, a principal de um conjunto de cinco mostras que estão em cartaz no Centro Universitário Maria Antonia. “Italian Art Codex” traz 80 livros cujos projetos gráficos foram elaborados por artistas plásticos, nomes da cena artística italiana ou expoentes da “poesia visiva”. Lucio Fontana, Luciano Fabro, Mario Merz, Michelangelo Pistoletto, Mimmo Paladino, Gilberto Zorio, Giovanni Anselmo, Maurizio Catellan e Emilio Villa são alguns desses gênios criativos que combinam “a capacidade de realizar artefatos e escrituras”.

A coleção pertence ao Centro per L’Arte Contemporanea Luiggi Pecci, Itália, e apresenta um panorama da produção de “livros de artista” a partir dos anos 60. Segundo Bazzini, curador da mostra, o movimento veio ratificar, ao longo do século 20, “uma inseparável fusão de forma e conteúdo: o objeto da tradição escrita torna-se obra de arte”.

A mostra “Eleonor Koch: Mundo Ordenado”, com curadoria de Fernando Pitta, traz trabalhos dessa pintora e escultora que foi aluna deSamson Flexor, Bruno Giorgi e Arpad Szenes, concluindo sua formação com Alfredo Volpi, com quem aprendeu a pintura em têmpera. Suas telas tematizam principalmentepaisagens e cenas de interior, “utilizando muitos recursos então considerados obsoletos – como a representação tridimensional e a perspectiva – concomitantes a um tratamento planar dos elementos e à total conversão da luz em cor”, explica o curador.

Outra mostra individual é a do pintor Rafael Carneiro, bacharel em Artes Plásticas pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Seus trabalhos mostram interiores de galpões industriais captados por um circuito interno de câmeras de vigilância. Para o curador José Bento Ferreira, “falam de paranóia e desencanto. A subjetividade não observa o mundo, é vigiada noite e dia”. No entanto, a atmosfera que envolve imagens à primeira vista áridas gera uma espécie de “contemplação romântica”.

A lógica da produção em série é abordada em “Pino”, quarta exposição em cartaz. Dos processos de fabricação de um produto interessam modelos, padrões e códigos que, transfigurados em procedimentos representacionais que “contrariam a objetividade da comunicação empresarial, e tendem à falha, à falta, à omissão, sem que ofereçam nada além do que já dão a ver”, explica o curador José Augusto Ribeiro. Aos moldes de uma empresa real, cada esfera de atuação dos objetos é pensada a fim de que se sustente o aparato ficcional, revelando seu caráter ambíguo.

Por fim, a fotógrafa Alice Grou expõe trabalhos inéditos de uma série recente em “Foto Grafias”, que discute o espaço discursivo da fotografia contemporânea. As imagens são impressas em papel algodão, remetendo intencionalmente a desenhos e a aguadas de nanquim. “O que resta é a ambivalência entre o técnico e o manual que transforma o registro de elementos de paisagens naturais em quase traços”, conta a curadora Carolina Soares. Para ela, atitudes como deixar de lado os detalhes e embaralhar a percepção visual da foto questionam a existência incontestável do referente. “Ao contrário. Explora a incerteza das formas conferindo à fotografia novas perspectivas”, explica.

Centro Universitário Maria Antonia

R. Maria Antonia, 294, Vila Buarque
T. (11) 3255-7182
H. de terça a sexta, das 10h às 21h, e sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Ingressos: grátis
Até 16 de agosto

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