venda de livros  

 
por
Carolina Hungria

   

O filão mais lucrativo no mercado nacional de livros infantis e infanto-juvenis são os educativos, adotados nas escolas particulares e estaduais. Em algumas das companhias brasileiras ligadas ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a venda dessas publicações representa toda a sua receita, de acordo com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

Há anos o governo federal separa uma parte do orçamento do Ministério da Educação para o Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), mais cobiçada área pelas editoras. Em 2003, foram anunciados R$ 580 milhões para a aquisição de 102 milhões de exemplares de livros da 1ª a 4ª série do ensino fundamental.

"É difícil classificar os livros nesses segmentos, porque uma literatura como Harry Potter, chamada de infanto-juvenil, atrai muitos adultos também", confessa Wander Soares, presidente da Associação Brasileira de Editores de Livro. "Mas a realidade brasileira não é muito diferente do resto do mundo, já que incluímos nesse segmento os títulos recomendados pelas escolas."

A pesquisa anual Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, patrocinada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) desde 1991, nos revela um mercado brasileiro pouco estável em vendas de exemplares.

"se a economia vai mal, o livro é o primeiro a sair da lista de compras"

Para se ter uma idéia, os brasileiros compraram, entre 1992 e 2002, 3,8 bilhões de livros. Mas, analisando ano a ano dentro desse período, percebemos que o faturamento teve queda de até R$ 265 milhões entre 1999 e 2000, ano difícil para o segmento. Em 1998, o País vendeu 410,3 milhões de livros. Já no ano seguinte, as vendas caíram para 289,6 milhões de exemplares. Confira mais sobre o assunto aqui.

"Alguns fatores contribuem para essas quedas bruscas, mas o principal é o bolso: se a economia vai mal, o livro é o primeiro a sair da lista de compras", resume Soares.

Analfabetos funcionais
 

Brasil tem 30% de analfabetos funcionais

Pesquisa divulgada em setembro pelo Instituto Paulo Montenegro, grupo ligado ao Ibope, mostra que apenas 25% dos brasileiros entre 15 e 64 anos demonstram habilidades plenas de leitura e escrita. O levantamento, que entrevistou 2 mil pessoas de todas as classes sociais, mostrou que 8% dos brasileiros são analfabetos absolutos e 30% têm um nível de habilidade muito baixo, sem capacidade de localizar uma informação simples em uma frase, os chamados analfabetos funcionais.

As mulheres (81%) lêem mais livros do que os homens (68%), mas a leitura de jornais é maior entre eles (35%) do que entre elas (29%). A íntegra da pesquisa você encontra para baixar na internet - confira aqui.

 
  volta ao início volta avança vai para o final