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Resfriado, gripe, conjuntivite e até diarréia infecciosa podem ser prevenidos com o simples hábito de lavar as mãos. Ou seja, quando se está gripado, lavar as mãos antes de cumprimentar alguém pode ser mais eficaz do que deixar de beijar outra pessoa no rosto. Poucos imaginam, mas manter as mãos limpas pode até evitar a ocorrência de infecções hospitalares. "A maior parte das bactérias patogênicas – capazes de provocar doenças -- só exige a lavagem das mãos para ser eliminada", diz a médica do Hospital Universitário Valéria Cassettari. Ela faz parte da comissão de controle de infecção hospitalar do HU e adverte que maçanetas de portas e torneiras de pias públicas são repletas desses microorganismos capazes de provocar doenças. Ela recomenda sempre lavar as mãos ao chegar da rua, após ir ao banheiro, antes de se alimentar ou manipular alimentos e após o contato com pessoas doentes. |
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Nos hospitais, o cuidado deve ser redobrado tanto por parte dos pacientes como dos profissionais, já que lá os pacientes têm baixa resistência e qualquer bactéria pode ser muito nociva. Para Valéria, a lavagem de mãos está entre as principais medidas de prevenção de doenças nos hospitais, além de cuidados como a desinfecção e esterilização de equipamentos. Nem todos os freqüentadores de restaurantes se lembram de lavar as mãos antes de comer, mas os funcionários dos bandejões da USP estão fazendo sua parte. Segundo Maurea Elena Missio, nutricionista do bandejão da Faculdade de Saúde Pública, o hábito é muito cobrado aos funcionários da cozinha. "Digo a eles que os microorganismos são inimigos invisíveis." A pia dos funcionários da cozinha fica na sua sala, de onde ela faz sua vigilância diária. Além de água e sabão, o pessoal da cozinha finaliza a assepsia das mãos com álcool à 70% - álcool normal com acréscimo de 30% de água - que, segundo a nutricionista, tem ação desinfetante. |
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Para Maurea, os próprios alimentos são fontes de bactérias, como a mandioca: "Ela contém muita terra, o que pode recontaminar outro alimento já esterilizado, por exemplo, a carne cozida". Essa é a chamada contaminação cruzada. Para evitá-la, o preparo dos alimentos é feito separadamente. A cozinheira do bandejão Ana Novaes Cruz diz que está muito acostumada a lavar as mãos: "Quando fico dez minutos sem lavar já fico preocupada". Ela também toma alguns cuidados especiais. "Se estiver mexendo em carne crua, termino e lavo as mãos antes de manipular a carne cozida", diz Ana. |
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Já
a funcionária da Faculdade de Direito Ana Rita Meneses
mexe com livros antigos no seu trabalho. "Tem muita poeira,
então também lavo as mãos antes de ir
ao banheiro." Ela assume que é mais complicado
poder lavar as mãos Ana Rita diz temer a recontaminação das mãos ao fechar a torneira da pia ou pegar na maçaneta das portas do banheiro. "As portas deveriam ter um mecanismo de se abrirem automaticamente." Enquanto isso não acontece, a médica do HU recomenda fechar a torneira com o papel usado para lavar as mãos. |
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O trabalho de José Carlos de Souza não permite distração quanto ao costume de estar sempre com as mãos limpas. Ele trabalha na Central de Lixos da Prefeitura do campus de Bauru, e todos os dias está em contato direto com o lixo. "No meu serviço tenho que lavar as mãos toda hora", diz. Souza usa luvas e máscaras descartáveis e sua roupa e avental são trocados diariamente. No
entanto, a população em geral não precisa
ficar obcecada pela lavagem das mãos. Para a médica
do HU, o organismo de pessoas saudáveis oferece resistência
natural às doenças transmitidas pelas mãos.
"As nossas mãos também têm bactérias
que residem na pele e que fazem parte de um corpo saudável",
diz. |
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Júlia Tavares
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