Novo
centro cultural paulistano, Casa das Caldeiras apresenta sua
programação cultural
Patrimônio
histórico da cidade, programação
quer abrir espaço para o diálogo entre
diversas vertentes artísticas
No
início do século XX, a proximidade da
Estrada de Ferro Sorocabana convenceu o Conde Francesco
Matarazzo a instalar na região da Água
Branca um complexo industrial que produziria uma infinidade
de produtos que ia desde pregos até sabonetes
e perfumarias. Para ter uma noção da dimensão
do complexo, as Indústrias Reunidas Francisco
Matarazzo (IRFM) chegaram a ocupar uma área de
100.000 m2 e sua
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produção
era escoada através de ferrovias internas próprias,
conectadas diretamente à E.F. Sorocabana.
Em 1986, o CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico Arqueológico Arquitetônico
e Turístico do Estado de São Paulo) consciente
da importância histórica de salvar o pouco
que restou do império Matarazzo pediu o tombamento
da Casa do Eletricista e da Casa das Caldeiras. |
Hoje,
as duas Casas, que já foram o coração
da IRFM por gerar energia para todo o complexo industrial,
entram no século XXI pulsando arte e cultura. Um grupo
de jovens artistas lideradas pela arquiteta Karina Fereira
e pela bailarina Luciana Brites elaborou um projeto para transformar
esse espaço em um centro cultural que fuja do circuito
comercial, priorizando novas iniciativas e o promovendo o
diálogo entre diversas formas de arte.
Para cuidar da programação cultural, o núcleo
artístico da Casa das Caldeiras foi dividido em cinco
áreas de atuação: teatro, dança,
circo, música e visuais. Cada uma dessas áreas
conta com um "grupo residente e provedor", cuja
função é propor espetáculos ou
projetos de pesquisa, bem como administrar a curadoria de
sua respectiva forma de arte.
A parte musical está a cargo da cantora Arícia
Mess, que no dia 3 de julho estreou a programação
com um show ao lado da banda Alta Fidelidade. Segundo Arícia,
"a idéia é formar um ambiente musical sem
o compromisso comercial, valorizando artistas novos e a música
independente". Está prevista também uma
oficina para compositores com duração de dois
meses.
Ainda sobre a programação, aos sábados
do mês de julho o estacionamento da Casa das Caldeiras
receberá um circo com espetáculos e oficinas
para crianças. "A intenção é
retomar aqueles números tradicionais de 20 anos atrás
que valorizavam a importância do artista", explica
Rubia Neiva, artista que coordena a programação
circense.
No dia 12, alunos de artes cênicas da Unicamp estréiam
a peça Terror e Miséria no III Reich, de Bertold
Brecht. Nas artes plásticas, uma das primeiras ações
do grupo residente Nova Pasta é o Projeto Muro, que
consiste na pintura de 160 metros de parede por 50 artistas
plásticos, transformando o muro que separam a Casa
das Caldeiras da Avenida Francisco Matarazzo em uma imensa
exposição aberta ao público durante 24
horas por dia.
Centro
Cultural São Paulo terá Festa Francesa
Em
parceira com o consulado Geral da França, o Centro
Cultural São Paulo ganhará uma programação
especial de filmes, shows, espetáculos teatrais
e exposições que farão parte do
Festival Festa Francesa, de 6 a 18 de julho.
A mostra de filmes Isabelle Huppert acontece de 6 a
11 de julho com filmes marcantes da famosa atriz francesa,
entre eles Oito Mulheres
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Isabelle
Huppert em Madame Bovary
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(de François Ozon), A professora de piano
(de Michael Haneke), e Madame Bovary (de Claude
Chabrol). De 13 a 18 de julho é a vez da mostra
Cinema Francês Contemporâneo, com filmes
recentes de grande destaque como O gosto dos outros
(de Agnès Jaoui) e a animação As
Bicicletas de Belleville (de Sylvain Chomet).
Duas exposições também homenageiam
o país de Pierre-Auguste Renoir. SamPame busca
reletir sobre as relações entre as cidades
de São Paulo e Paris a partir de fotografias
e documentos, enquanto A viagem da Descoberta do Brasil
rememora os 80 anos da viagem do poeta Blaise Cendrars
ao Brasil. Para isso, serão expostas obras de
artistas modernistas que conviveram com ele e fazem
parte da coleção da Pinacoteca Municipal.
O teatro será lembrado com peças baseadas
em textos franceses. São elas Os justos, adaptada
de texto de Albert Camus, e A mulher do trem, comédia
de Maurice Hennequin e George Mitchell.
O Festival Festa Francesa terá entrada franca
para todos os eventos. Consulte a programação
diária no site do CCSP.
Centro
Cultural São Paulo
R. Vergueiro, 1.000
T. (11) 3277-3611
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