Para
muitas pessoas, a terceira idade é tempo de se desligar
das responsabilidades e dos compromissos profissionais e preencher
o tempo livre com as atividades que dão mais prazer
ao indivíduo. Entretanto, tão importante quanto
o lazer é o cuidado com a saúde nesse período
da vida. Um dos males que mais atingem o idoso é a
osteoporose, doença que diminui a massa óssea
deixando os ossos porosos e frágeis.
A
perda óssea característica da doença
começa a chegar bem antes da idade avançada.
Nas mulheres ela começa já por volta dos 35-40
anos, mas é na terceira idade que as conseqüências
da doença passam a afetar mais drasticamente o indivíduo.
Segundo
dados apresentados em maio deste ano no Congresso Mundial
de Osteoporose, ocorrido no Rio de Janeiro, cerca de 10
milhões de brasileiros sofrem com a doença.
A maior parte desse grupo é formado por mulheres
que já passaram pela menopausa, pois é nesse
período que o estrógeno, hormônio
que entre outras atividades regula a perda e o ganho ósseo,
diminui, fragilizando o osso. |
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Para
o reumatologista Flávio Calil Petean, do Hospital das
Clínicas de Ribeirão Preto, o maior risco que
a doença apresenta é a fratura. A fratura
acarreta muita dor, limita a capacidade física do idoso
e representa risco de vida por causa das complicações
cirúrgicas, afirma. De fato, estatísticas
do congresso afirmam que a doença causa 2,4 milhões
de fraturas por ano; desses pacientes, 200 mil morrem em decorrência
dessas fraturas.
Apesar de ser a grande vilã entre as mulheres após
a menopausa, a osteoporose atinge também o homem, principalmente
aqueles com mais de 60 anos. Uma pesquisa da Universidade
do Arizona (EUA) constatou um dado importante: por apresentarem
o problema numa idade mais avançada que as mulheres,
o índice de mortalidade por conseqüência
de fratura no fêmur é de 31% entre os homens,
enquanto para pessoas do sexo feminino, esse número
cai para 17%.
As
quedas representam o maior risco para o indivíduo que
sofre de osteoporose devido à fragilidade de sua estrutura
óssea. É o que afirma Angélica Yamaguchi,
geriatra do Núcleo de Assistência Domiciliar
Interdisciplinar (Nadi), do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Um acidente que leve a uma fratura de bacia, por exemplo,
acarreta um prejuízo não só fisico, mas
também emocional, afirma. É muito
difícil cuidar de um paciente com uma fratura dessas
e a família muitas vezes acaba deixando-o num asilo,
provocando um isolamento do mundo, completa a médica.
Sendo
o cálcio a principal substância que constitui
o osso, uma das maneiras mais eficazes de prevenir a osteoporose
é criar uma dieta rica nessa substância,
como faz Cristina Aparecida Nunes, secretária do
ambulatório da Ubas de São Carlos. Desde
que foi diagnosticada a doença, quatro anos atrás,
leite, legumes verdes, peixes e outros alimentos ricos
em cálcio estão sempre na sua mesa. |
Foto
crédito:Cecília Bastos
Cristina
Aparecida Nunes |
A
funcionária descobriu que tinha o problema quase que
por acaso, quando sentiu dores no braço durante o trabalho.
O médico achou que fosse uma LER (Lesão
por Esforço Repetitivo), mas assim mesmo pediu um exame
de raio-X, que acusou a osteoporose, conta. Aos 41 anos,
Cristina foi diagnosticada com osteoporose antes mesmo de
ter passado pela menopausa, um caso relativamente raro, que
os médicos atribuem ao fato dela ter amamentado dois
filhos sem se preocupar com a reposição de cálcio.
O
exame mais indicado atualmente para identificar o risco
ou a presença da osteoporose é a densitometria.
Ele avalia a densidade da coluna, bacia ou qualquer outro
osso do esqueleto humano, comparando os resultados com
os de uma pessoa da mesma faixa etária. Foi dessa
forma que dona Alzira de Oliveira Corsalleti descobriu
que tinha osteoporose, há cerca de dez anos. Desde
então, dona Alzira, mãe da secretária
do Jornal da USP, Cristina Corsalleti, está se
tratando e já não sente mais as dores que
a atingiam antigamente. |
Foto
crédito:Cecília Bastos
Cristina
Corsaletti |
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Como
tratamento, além de já ter feito reposição
hormonal, ela procura realizar exercícios pelo
menos três vezes por semana. Pela manhã,
enquanto pratico uma caminhada em uma escola perto de
casa, aproveito também para tomar sol, conta
dona Alzira. A exposição ao sol aumenta
a síntese de vitamina D, fundamental para a absorção
de cálcio pelo organismo. Evitar os excessos de
tabaco e álcool também ajuda no tratamento. |
arquivo
pessoal
Dona
Alzira |
Uma
outra alternativa para saber o risco de desenvolver a osteoporose
é um teste on-line em português disponível
no site da International
Osteoporosis Foundation (Fundação Internacional
de Osteoporose) - uma organização não-governamental
internacional que promove a prevenção, diagnóstico
e tratamento da osteoporose no mundo. Ele consiste num questionário
com cerca de dez perguntas que avaliam a sua propensão
em desenvolver osteoporose até o fim da vida. Uma nota
importante: apesar de recomendado pela IOF, o exame pela internet
não dispensa a avaliação de um médico.
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