atividade física

 

 
por
Marcos Jorge
foto:Cecília Bastos

No dia 27 de outubro, uma tragédia assolou o meio esportivo brasileiro. Em pleno estádio do Morumbi, uma parada cardiorrespiratória tirou a vida do zagueiro Serginho, do São Caetano durante uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro. Apesar de ter problemas no coração, para algumas pessoas ficou a impressão que o grande vilão na história era a própria atividade esportiva.

A professora Claudia Forjaz, da Escola de Educação Física e Esporte parte em defesa do esporte, com a propriedade de quem trabalha numa linha de pesquisa que relaciona justamente a atividade física com a prevenção e tratamento de doenças crônicas como hipertensão, problemas cardíacos, diabetes e obesidade. Nesses casos, a prática de exercícios pode ser benéfica tanto para o doente quanto para o cidadão comum que queira se prevenir dessas doenças, desde que seja feita com o acompanhamento médico e supervisão de um profissional no assunto.

"Quando se faz uma atividade física, o coração bate mais vezes e mais forte. Se for um coração doente, isso pode gerar uma situação de risco", alerta a professora. "No entanto, se for feita uma atividade adequada, controlada para a situação específica, esse risco é mínimo e o beneficio a longo prazo suplanta e diminui em muito esse risco", afirma.

Para José Roberto Nicácio, funcionário da vigilância do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, não é recomendável entrar de cabeça numa atividade física intensa. Aos 49 anos de idade, o funcionário se autodenomina um "sedentário, fumante e prestes a morrer", brinca.
foto:Cecília Bastos

Morando na Zona Leste da capital, Nicácio leva muito tempo se deslocando de casa para a USP, e nos fins de semana trabalha em um outro serviço. Ex-praticante de boxe e kickboxe, ele gostaria de praticar alguma atividade física, mas seus horários não permitem essa "regalia". "Eu acho importante fazer exercícios e sinto que meu corpo pede isso, mas infelizmente com minha jornada de trabalho eu não consigo encontrar tempo", afirma.

Para pessoas como Nicácio, o melhor mesmo é uma atividade moderada. "Atividade moderada, a gente costuma dizer, é quando o indivíduo consegue falar durante o exercício. Se for indicada uma caminhada, a gente pede que ela ande o mais rápido possível mas que consiga conversar durante essa atividade", explica Forjaz. "Se você está muito cansado ou exausto quando termina a atividade, então ela não é recomendada para prevenir problemas ou ter beneficios cardiovasculares".

foto:Cecília Bastos
Uma boa opção de lugar para praticar exercfícios físicos para os funcinários do campus da capital é o Centro de Práticas Esportivas da USP , o Cepê. Nele, a comunidade USP pode participar de uma série de programas de atividades físicas e esportivas como natação, tênis, basquete, capoeira, fitness e muitas outras. Uma das atividades mais procuradas atualmente é o yoga, e uma das razões é o combate ao estresse. “Se no estresse é o sistema nervoso que age sobre o músculo contraindo-o e provocando uma tensão, no yoga a proposta é fazer justamente a via inversa.
inversa. Através de exercícios específicos ele acalma o corpo, depois a respiração e como conseqüência a mente”, afima o professor Danilo Forghieri Santaella, formado em Educação Física e professor de yoga no Cepê.
foto:Cecília Bastos
Em sua tese de mestrado, Santaella relacionou a prática do yoga com a avaliação da pressão sangüinea em hipertensos. A conclusão foi que para os hipertensos, é importante associar exercício com o relaxamento como uma maneira de prevenir o estresse pois constatou-se que esse par diminuiu a sua pressão sanqüinea. “O que acontece com o hipertenso é que o estresse eleva sua pressão mais do que devia, e isso é perigoso”, conclui.
foto:Oswaldo Santos

Silvana Macedo
Uma das frequentadoras mais assíduas das aulas de Santaella é Silvana Macedo, técnica administrativa da Faculdade de Arquitetira e Urbanismo. Silvana se considera uma pessoa muito ansiosa, e antes dessa atividade física, tinha problemas na coluna e de postura. Praticante de yoga no Cepê há três anos, a funcionária nem pensa em parar. “Você toma mais conhecimento do seu corpo, diminui a ansiedade e alivia o estresse”.
Segundo a professora Cláudia, para a saúde do cidadão comum, o mais recomendado é praticar meia hora por dia de exercícios aeróbicos, ou seja, aqueles que movimentam grandes grupos musculares e que se repete ao longo do tempo. Alguns bons exemplos dessas atividades são as caminhadas, natação ou bicicleta. "Mas esses trinta minutos podem ser divididos em dez de manhã, dez à tarde e dez à noite", conclui.

 



serviço


EEFE-USP
O Incor (Instituto do Coração - HC) mantém numa das salas da faculdade a Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício que oferece um programa de reabilitação cardíaca. O serviço é recomendado para cardíacos e outros integrantes de grupos de risco, como obesos e hipertensos. Após a consulta com cardiologista e um teste de esforço, é prescrito ao paciente séries de exercícios específicos que podem ser praticados na própria Faculdade.
O telefone para contato é (11) 3091- 3183. O programa também inclui consulta ao nutricionista e psicólogo. Funcionários da USP têm 20% de desconto.

 

CEPE-USP

Além de toda a infra-estrutura esportiva, o Centro de Práticas Esportivas oferece programas de atividade física à comunidade uspiana. São dezenas de modalidades que vão desde alongamento até futebol ou remo. As inscrições acontecem no início de cada semestre e, devido à alta procura, o critério de seleção dos participantes é o sorteio. Telefone: (11) 3091-3361.