teatro

 

 

por
Julia Tavares



Tempo de rosas.... e poesia
foto:Oswaldo Santos



comportamento
Pessoas desaparecidas

 
 

Inaugurado em 1935, o casarão abrigou a família Ramos e Azeveo


Não é exagero dizer que em algum lugar da avenida paulista, mais precisamente no inicio dela, exista um oásis. Ao invés de sombra e água fresca, livros e poesia. O cenário também passa longe da praia tropical, mas não deixa de causar estranhamento: ele é composto de um casarão em estilo francês de 1935, cercado por um belo jardim onde as rosas resistem bravamente ao calor e às chuvas das águas de março.

Depois de uma reforma, a Casa das Rosas Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura foi reaberta em dezembro de 2004 com a proposta de priorizar a poesia, oferecendo gratuitamente cursos sobre literatura, exposições, biblioteca circulante, lançamentos de livros e saraus.

foto:Oswaldo Santos
Jardim em estilo parisiense também foi tombado como patrimônio histórico

O nome do espaço é uma homenagem ao poeta, tradutor e ensaísta Haroldo de Campos, que morreu em 2003 e teve sua coleção de 35 mil livros doados à Casa. “A idéia é ter um lugar no centro novo de São Paulo em que as pessoas possam encontrar um tempo de reflexão e poesia”, explica o diretor Frederico Barbosa, também poeta e professor de literatura. Ele conta que o casarão foi projetado no final da década de 20 por Ramos de Azevedo, que não chegou a testemunhar o final da construção, habitada por sua família de 1935 a 1986. Nesse ano, tanto a casa como o jardim foram tombados como patrimônio histórico, dificultando a venda do terreno numa época em que a região da Paulista efervescia com mega-construções de edifícios comerciais.

Num acordo firmado entre uma empresa privada e o governo, a parte dos fundos do local passou a sediar um conjunto comercial com a condição de que a casa – e o jardim, claro – fossem preservados. Em 1991, sob a administração da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, a Casa das Rosas foi aberta como museu de artes plásticas. Infelizmente, em péssimo estado de conservação, fechou para outra reforma em 2003. “A nova proposta do espaço é mais adequada para garantir a preservação do patrimônio histórico”, diz Barbosa. Parte desta concepção está em sempre sediar uma exposição relacionada à poesia. Até ** de março, fica em cartaz “Poemas Interativos, Alfabéticos e Gráficos”, de Paulo de Tarso Aquarone.

foto:Oswaldo Santos
Obra da exposição


Permanentemente, e sem necessidade de inscrição prévia, acontecem os cursos Poesia Aperitivo, na hora do almoço, sempre das 12h20 às 12h50, com aulas sobre Luís Vaz de Camões, Gregório de Matos, Tomás Antônio Gonzaga, Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo. Outra atração prevista para março com inscrição até dia 14 é o Ciclo Como e Porque Sou Leitor, ministrado por Boris Schnaiderman.

Segundo Barbosa, os cursos são voltados para a população em geral e aliam conceitos introdutórios com a profundidade da análise dos textos dos poetas.

Os livros da coleção de Haroldo de Campos ainda não estão disponibilizados para consulta pública, mas cerca de outros 2 mil títulos – principalmente de poesias – podem ser levados para casa ou lidos em algum cantinho do agradável casarão.

Casa das Rosas
Av. Paulista, 37, Paraíso
T. (11) 3251-5271
H. de terça a sexta, das 13h às
19h, sábado e domingo, das 11h às 19h
Entrada franca
   



 
O Espaço Aberto é uma publicação mensal da Universidade de São Paulo produzida pela CCS - Coordenadoria de Comunicação Social.
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