cinema

 

 

por
Gabriela Sylos
Cláudia Costa

Marcos Jorge




Garrincha, A Estrela Solitária

Levando-se em conta os últimos lançamentos nos cinemas brasileiros, tudo indica que os fãs de futebol têm um novo templo para adorar seus ídolos que não os estádios. Depois do documentário Pelé Eterno , de Aníbal Massaini Neto, lançado em junho passado, boleiros e cinéfilos poderão agora conhecer um pouco mais da vida de outro craque: Mané Garrincha.

O filme Garrincha, A Estrela Solitária começa no carnaval de 1980, ano em que a escola de samba Mangueira prestou homenagem ao atleta. Aos 46 anos de idade, desfilando em carro alegórico, o que se vê é um Mané decadente, já abatido pelo alcoolismo, três anos antes de sua morte, em janeiro de 1983. Sem dúvida uma imagem bem diferente daquela que encantou multidões no Brasil e na Europa durante as décadas de 50 e 60 com um futebol alegre e com genialidade em suas pernas tortas.

A partir desse momento, traça-se uma série de facetas do ídolo, contando a sua vida dentro e fora de campo. As glórias futebolísticas, as conquistas amorosas e os dramas pessoais desse personagem histórico do futebol brasileiro são interpretados pelo ator André Gonçalves. No papel da amante Elza Soares está a talentosa Taís Araújo.

Dirigido por Milton Alencar, o filme tem um respaldo de peso: o longa-metragem foi baseado na ótima biografia Estrela Solitária – Um Brasileiro Chamado Garrincha , de Ruy Castro.


Quase Dois Irmãos

Durante a ditadura militar, o que hoje é um ponto turístico em Ilha Grande , na costa do Rio de Janeiro, era uma penitenciária de segurança máxima. Nesse período, eram encarcerados atrás das mesmas grades tanto criminosos de alta periculosidade quanto presos políticos.

O encontro desses dois universos tão distintos é parte importante da história de violência do País e o contexto principal do filme Quase Dois Irmãos . Ali, onde surgiu o embrião do Comando Vermelho que anos mais tarde dominaria o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, se reencontram dois amigos de infância: Miguel e Jorge. O primeiro é um jovem intelectual e preso político, o segundo um sambista preso por pequenos assaltos.

Na prisão, cada um passa a representar o grupo a que pertence e a união entre eles faz com que consigam melhorias na sua condição de enclausurados, como uma comida melhor e passa a existir um clima de aceitação mútua. O bem-estar é quebrado pela chegada de um novo grupo de presos e ocorre uma cisão entre os grupos, mas aquele intercâmbio dá origem, mais tarde, a facções criminosas.

O tempo passa, e o destino tem planos distintos para o futuro dos “quase dois irmãos”. Miguel torna-se um respeitado deputado estadual, e Jorge virá a ser um dos líderes do Comando Vermelho. Enquanto isso, um novo ciclo se inicia: a filha adolescente de Miguel, fascinada pela transgressão, envolve-se com um jovem traficante.


Vera Cruz


A Companhia Cinematográfica Vera Cruz foi a produtora responsável por alguns dos mais marcantes filmes da história do cinema nacional e agora sua própria trajetória é contada em exposição, filmes, apresentações musicais e palestras. Na mostra, as principais estrelas e cartazes antológicos de todos os 18 filmes produzidos pela Vera Cruz entre 1950 e 54 e imagens da própria companhia. Em diversas sessões, serão exibidos seis títulos, entre eles Sai da frente (1951/52), estrelado por Mazzaropi, e o clássico O cangaceiro (1952), de Lima Barreto, além de um documentário sobre a Vera Cruz. Há ainda apresentação musical e palestra.

Sesc Ipiranga
R. Bom Pastor, 822, Ipiranga
T. (11) 3340-2000
H. A partir de 1 o de março, de terça a sexta, das 9h às 21h30, sábados, domingos e feriados, das 9h às 17h30 ( www.sescsp.com.br
Entrada franca (apresentação musical tem ingressos a R$ 4)
Até 3 de abril

Produções dos anos 60


A mostra Para Gostar de Cinema 2 – Anos 60 vai exibir os marcos dessa década inaugural do cinema moderno. São cinco comédias e cinco dramas, da tensão de Repulsa ao sexo (Inglaterra, 1965), de Roman Polanski, aos risos de Um tiro no escuro (EUA/Inglaterra, 1964), de Blake Edwards – homenageado no Oscar de 2004 pelo conjunto de sua obra –, além da produção mais leve e divertida de Jean-Luc Godard, Uma mulher é uma mulher (França/Itália, 1961). Há também os mais conhecidos, como A bela da tarde (França/Itália, 1967), do mestre do cinema surrealista Luis Buñuel, e Antes da revolução (Itália, 1964), de Bernardo Bertolucci.

Cinusp
R. do Anfiteatro, 181, favo 4 das Colméias, Cidade Universitária
T. (11) 3091-3540
H. Sessões de segunda a sexta, às 16h e 19h ( www.usp.br/cinusp )
Entrada franca
Até 1 o de abril

 

 



comportamento
Pessoas desaparecidas

 
   



 
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