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pinacoteca
O mais antigo museu de arte brasileiro tem muitos motivos para comemorar os seus cem anos, afinal de contas não é sempre que uma pequena galeria se transforma em um acervo superior a 6 mil obras, em diversas técnicas e de autoria de mais de mil artistas. A intenção é incentivar o exercício da cidadania, pela educação do olhar e a sensibilização do espírito, através de um vasto panorama da arte brasileira dos séculos 19 e 20. Ao longo do último século, a Pinacoteca acompanhou as mudanças na atuação dos museus, começou como um espaço restrito a especialistas e, hoje, recebe vários segmentos da sociedade. Muitas pessoas são atraídas por suas mostras, que podem ser temporárias ou de longa duração, quando é exposto seu próprio acervo, modesto na época de sua fundação. Quando foi inaugurada, em 14 de novembro de 1905, a Pinacoteca contava com doações de obras de Almeida Júnior, Pedro Alexandrino e Oscar Pereira da Silva, dentre outros. Todas abrigadas em uma única sala no terceiro piso do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, projetado e administrado pelo arquiteto e engenheiro Francisco de Paula Ramos de Azevedo e onde funcionava também o Gymnásio do Estado. A Pinacoteca só se tornou um órgão autônomo em 1911, quando a Lei nº 1.271 definiu-a como museu estatal. Um mês depois, em dezembro de 1911, foi inaugurada sua primeira grande exposição coletiva, “I Exposição Brasileira de Belas Artes”. No ano seguinte, recebeu a produção de vários artistas que eram Pensionistas do Estado no exterior, como Vitor Brecheret, Anita Malfatti, Túlio Mugnaini e outros. Essas doações para o Estado eram feitas em troca de bolsas de estudo em outros países e deveriam mostrar o aperfeiçoamento artístico dos autores.
O prédio do Diário Oficial foi desapropriado em 1947 e a Pinacoteca transferida novamente para o edifício do Liceu. Durante esses anos, a Pinacoteca voltou-se para a complementação de seu acervo em uma linha clássica por excelência, abrigando a arte do século 19. Em 1970, foi criado o Conselho de Orientação da Pinacoteca e, a partir daí, os critérios de escolha das obras foram redirecionados. O tombamento do prédio foi oficializado em 1982, visando à preservação de um dos componentes do conjunto arquitetônico do bairro da Luz, característico da passagem do século em São Paulo. A recaracterização da Pinacoteca para conservação estrutural do prédio, bem como as adequações em suas instalações para abrigar um museu de artes plásticas, é incentivo para a revitalização de todo o seu entorno. Nele se inclui a Estação da Luz, A Estação Júlio Prestes e o Museu de Arte Sacra, entre outros. O antigo prédio do Dops, projetado por Ramos de Azevedo para servir de armazém da Cia. Sorocabana, foi totalmente restaurado e renasce como parte da Pinacoteca. Haverá espaço para um Centro de Memória, destinado à pesquisa e preservação de um acervo documental sobre a história da instituição, além de exposições e outras atividades, como a capacitação de professores.
O centenário do museu inicia suas comemorações com a exposição “Henry Moore – Uma Retrospectiva/Brasil 2005” . A maior mostra do artista já realizada fora da Europa permanece em cartaz de 12 de abril a 12 de junho. As obras produzidas entre 1920 e 1980 evidenciam a inspiração que Moore busca nos elementos da natureza, em especial na figura feminina. Esta é a primeira de uma série de mostras que se estenderão até setembro de 2006, homenageando um século da Pinacoteca na tentativa de formar melhores cidadãos através da cultura.
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