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Vírus e backup
por
Marcela Delphino


A Internet revolucionou a busca de informações, possibilitando o acesso vasto e rápido aos mais variados tipos de dados. Mas como tudo tem dois lados, com ela veio também a ameaça de infecção por vírus. Os internautas nunca tiveram seus arquivos tão vulneráveis como hoje, os problemas técnicos somam-se às invasões. Páginas clonadas, senhas interceptadas, arquivos danificados são alguns dos perigos que podem ser combatidos com atitudes simples.

foto:Cecilia Bastos
“Não deu para recuperar nada. Perdi revistas diagramadas, convites, malas diretas. Deveria ter feito uma cópia”,

Helena Rodrigues

Além dessas maneiras de intervenção, existe o perigo de perda de conteúdo por dano mecânico, como queima ou quebra do disco rígido. A melhor forma de driblar essas ameaças é estabelecer uma rotina de cópias dos dados armazenados, ou seja, fazer backups periódicos. “Não deu para recuperar nada. Perdi revistas diagramadas, convites, malas diretas. Deveria ter feito uma cópia”, conta Helena Rodrigues, coordenadora editorial da Editora Humanitas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, que teve seu computador invadido por um vírus e perdeu quase a totalidade de seus arquivos. Agora, faz a cópia deles em outra máquina uma vez por semana, “a gente acha que isso só acontece com os outros”, lamenta.

foto:Francisco Emolo
“O vírus que mais causou infecções em máquinas da Universidade foi o Agobot, com pico em junho de 2004, época em que apareceu”


A USP não está imune aos ataques. “O vírus que mais causou infecções em máquinas da Universidade foi o Agobot, com pico em junho de 2004, época em que apareceu”, conta André Gerhard, chefe da Seção Técnica de Serviços de Redes do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da USP. Gerhard recebe também muitas reclamações externas de sistemas infectados por vírus que partiram dos computadores da USP, sem o conhecimento do usuário. Entre dezembro de 2004 e março deste ano, foram registrados aproximadamente 290 incidentes envolvendo a segurança da rede na Universidade.

foto:Francisco Emolo
“Fazemos backups diários de alguns sistemas, por isso a possibilidade de perda é muito pequena comparada com a quantidade de dados”
 


Diante dessa realidade, a USP tem uma política de backup que impede a perda de muita informação. “Fazemos backups diários de alguns sistemas, por isso a possibilidade de perda é muito pequena comparada com a quantidade de dados”, afirma Marilda Giafarov, chefe da Seção Técnica de Suporte de Software do CCE. “O backup em duas ou três cópias garante a restauração do sistema”, completa. Julgar a importância das informações e estabelecer uma rotina de cópias é vital para garantir a segurança dos arquivos de qualquer pessoa. O backup das informações do CCE é feito todos os dias e também em um prédio separado da Poli, contando com a possibilidade de algum incidente nas instalações do CCE.

foto:Francisco Emolo
“Existem muitas ferramentas na Internet, que qualquer adolescente pode usar para invadir um sistema, vai obter sucesso se ele não for protegido e há muitos não protegidos"

“Existem muitas ferramentas na Internet, que qualquer adolescente pode usar para invadir um sistema, vai obter sucesso se ele não for protegido e há muitos não protegidos”, alerta Mauro César Bernardes, diretor da Divisão Técnica de Equipamentos de Microinformática do CCE. “A primeira regra para fugir das armadilhas é desconfiar sempre dos e-mails”, garante Bernardes. “Se você não conhece a pessoa que mandou o cartão, não fique curioso, elimine o e-mail”, aconselha, pois se torna cada vez mais freqüente a circulação de cartões virtuais contendo arquivos infectados, por exemplo.



foto:Francisco Emolo

Tânia Andrade
Os vírus na informática prejudicam os usuários de diversas formas, como apagando dados ou capturando informações pessoais. A conta bancária de Tânia Andrade foi acessada pela Internet e no intervalo de aproximadamente uma hora foram retirados R$ 3 mil. A secretária do Instituto de Psicologia percebeu e bloqueou a conta,o banco se responsabilizou e a restituiu. “Uma experiência péssima, me senti muito vulnerável. Continuo usando o serviço eletrônico porque a vida corrida exige”, diz.
 

Para entrar no site de um banco, o melhor é digitar o endereço, e nunca através de links. O Brasil possui cartórios digitais, como os Correios e a Receita Federal, criados através de uma lei federal que trata da ICP Brasil (Infra-Estrutura de Chave Pública no Brasil); há também cartórios internacionais. Essas empresas checam e atestam a página. Toda vez que fornecer a senha, confira um pequeno cadeado na parte inferior da tela, clicando nele será possível verificar se a página está registrada. Existem sites onde qualquer pessoa pode criar uma página e divulgá-la, inclusive páginas clonadas. O invasor tenta convencer o usuário a fornecer dados pessoais, através de links forjados, por exemplo. Apesar de todos os cuidados, evitar e-mails duvidosos não é suficiente para ficar imune. “Tenha um antivírus e o mantenha atualizado”, aconselha Bernardes. Por último, torne o backup um hábito, novos vírus são criados constantemente, a informática se desenvolve rapidamente, para o bem e para o mal.

 

 
 
 
 
O Espaço Aberto é uma publicação mensal da Universidade de São Paulo produzida pela CCS - Coordenadoria de Comunicação Social.
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