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centro de convivência infantil de São Carlos
por
Suzana Xavier


ORIGINADO DA LUTA DE FUNCIONÁRIAS, O CENTRO É CONSIDERADO MODELO ENTRE AS CRECHES

O Centro de Convivência Infantil do campus de São Carlos foi criado em 1985, resultado do empenho das funcionárias Ruth Strozzi, Sonia Lucia Silva Costardi, Loren Cury Rodrigues, Rosangela Auad Proença, da colaboradora Cristina Lechat, da professora Lourdes Onuchic, então administradora do campus, e do diretor da Escola de Engenharia de São Carlos e coordenador do campus na época (cargo equivalente ao atual Prefeito), professor Dante Martinelli, e sua esposa, professora Julieta Pinheiro Martinelli. Embora no início, o CCI tenha sido criado para atender às necessidades das funcionárias, mães que não tinham onde deixar seus filhos, hoje a educação infantil é prioridade, focada nos direitos da criança.

Atualmente, a creche atende 94 crianças, de 4 meses a 6 anos de idade, por um período de até oito horas diárias, coincidente com o horário de trabalho. Nestes 20 anos de existência, uma das conquistas é que agora os funcionários homens também têm direito de deixarem seus filhos no local.


Equipe
 

Devido à restrição do espaço, o número de vagas é limitado. “Dentro da lei, cada criança tem direito a determinado espaço físico. Tudo é respeitado, o espaço, o direito a brincadeira e a interação com o ambiente”, afirma a coordenadora do CCI, Beatriz de Cássia Boriollo. A seleção acontece uma vez por ano, geralmente em novembro, e é pautada por critérios socioeconômicos, sendo realizada pelo Serviço Social do campus.


Breno à direita
As educadoras Maria Dolores Cardoso Betoni e Marlene Lorenço são algumas das funcionárias que estão no CCI desde sua fundação. Dolores tem filhos hoje com 24 e 25 anos que fizeram parte das primeiras turmas do CCI e lembra que foi exatamente no dia 1º de julho de 1985 que o centro recebeu as primeiras crianças. Há alunos que freqüentaram o CCI e hoje estudam no campus e, também o caso de Breno Michelone, filho do funcionário Luís Marcelo Micheloni, da Prefeitura do Campus Administrativo de São Carlos (PCASC), que foi do CCI e acaba de ser aprovado em um processo seletivo para atuar no Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

“O centro sempre foi o meu parceiro na educação das crianças, auxiliando muito além da guarda deles. A variedade alimentar, o bom convívio com outras crianças, as reuniões para alertar sobre os traços marcantes das personalidades, a experiência na hora de desmamar e de tirar as fraldas, são alguns exemplos dos cuidados diários prestados pelas educadoras”, afirma Josemari Bettoni Gouveia, técnica para assuntos administrativos do CISC – Centro de Informática de São Carlos, mãe de cinco filhos, três dos quais ainda no CCI.


Beatriz e crianças
Em maio de 2005 o CCI foi transferido para a administração da Coseas, Coordenadoria de Assistência Social, depois de um período de co-administração entre a Prefeitura do campus e a coordenadoria. Segundo Beatriz, “estamos passando por um período de conhecimento e troca de experiências”. Entre as principais atividades realizadas na creche, Beatriz afirma que é priorizado “o desenvolvimento da criança Acho que o principal que temos que desenvolver aqui é o prazer em adquirir conhecimento, no dia-a-dia”. Além de se valorizar o espaço para a criança pequena brincar, “tem-se um aproveitamento muito grande do que o campus oferece. Quando se pesquisa um tema que pode ser observado em um laboratório vamos até lá, mostrando que as crianças estão inseridas no ambiente da Universidade”, destaca a coordenadora.
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Também participam de ‘contação de histórias', oferecida pelo Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), e de aulas de capoeira e recreação, coordenadas por bolsistas do campus.
Acontecem outras atividades como datas comemorativas, que envolvem a família e buscam resgatar um pouco do que é valorizado pela sociedade, mas “focando não o lado comercial e sim o lado de gentileza, de harmonia, de confraternização. A festa de final do ano significa que estamos encerrando uma etapa e iniciando uma nova,mas sempre dentro de um contexto. No ano passado, trabalhamos com a origem do povo brasileiro, partindo da origem da criança, com o objetivo de respeitar as diferenças e aprender a valorizar as outras culturas”.
Para as crianças mais velhas a nova etapa é o ensino fundamental, para o qual é preparada com visitas às futuras escolas e aconselhamentos, e as demais mudam de educadora.

Beatriz acredita que a creche é considerada modelo, por primar pela qualidade e por possuir um grupo muito bom de funcionários. Quando foi feita a homenagem de 20 anos do CCI, além do momento de festa, foi destacada a importância de ser referência na educação.O evento foi marcado com uma palestra sobre educação, “na qual tratou-se do que aconteceu na educação nestes 20 anos e porque o CCI mudou de rumo, acompanhando tendências e conquistas da criança, principalmente na faixa etária de zero a 3 anos, que até então não era tão lembrada”, completa.
 

 

 
 
 
 
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