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| NA CRECHE DOS FUNCIONÁRIOS DO HC, A CRIANÇADA APRENDE O QUE É UMA ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA E SE DIVERTE PREPARANDO BOLOS E DOCES SAUDÁVEIS |
As crianças que freqüentam a creche dos funcionários do Hospital das Clínicas (HC) recebem atenção muito especial em sua alimentação. Bolo do Nemo e beijinho de chuchu são algumas das receitas usadas para chamar a atenção das crianças sobre a importância da ingestão de determinados alimentos, como frutas e hortaliças. “Quando fui convidada para fazer parte da coordenação da nutrição na creche, percebi que nunca havia tido um trabalho contínuo de educação nutricional, então surgiu a idéia de desenvolver um projeto desse tipo”, conta Cristina Teruko Kariya, nutricionista da creche do Instituto da Criança do HC.
foto:Cecília Bastos  |
 Se tivermos uma família consciente, que saiba a importância de se alimentar de forma equilibrada, conseguiremos transmitir isso para a criança”Cristina Teruko Kariya |
Dentro do programa, é essencial o envolvimento da família, especialmente quando se trata do berçário, onde estão as crianças de três meses a um ano. “Fizemos uma reunião inicial para falar sobre a alimentação adequada”, lembra Cristina. Todos os meses, as crianças levam dentro da mochila um folheto educativo sobre alimentação saudável. “Se tivermos uma família consciente, que saiba a importância de se alimentar de forma equilibrada, conseguiremos transmitir isso para a criança”, afirma. “Como sou nutricionista, sempre dei prioridade para as frutas na alimentação da minha filha”, conta Ana Paula Alves da Silva, mãe da Ana Luiza e diretora da Divisão de Nutrição do Instituto da Criança.
foto:Cecília Bastos
Os folhetos distribuídos pela equipe de nutrição abordam a importância de um determinado alimento para o bebê e vêm com uma receita. Com algumas adaptações, é distribuído também para as crianças de um a cinco anos das salas de mini-grupo, maternal e jardim. Além disso, elas participam de atividades, como “Aprendendo com os cinco sentidos”, em que as crianças cheiraram, apalparam e experimentaram alguns alimentos. “Só vão comer e dizer se gostam a partir do momento em que conhecerem”, explica Cristina. “Depois do programa, meu filho tem aceitado uma variedade bem maior de frutas”, conta Patrícia Silva dos Santos, mãe do Alex e auxiliar administrativa no Instituto do Coração, “antes ele só comia maça, agora gosta também de banana, mamão, pêra, melancia”.
foto:Cecília Bastos |
Como sou nutricionista, sempre dei prioridade para as frutas na alimentação da minha filha” Ana Paula Alves da Silva |
Para ajudar as crianças a descobrirem um mundo novo de sabores e texturas, a nutricionista tem a ajuda de estagiárias do curso de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP). Na Páscoa, elas elaboraram uma história em que o coelhinho ficou doente por não comer determinados alimentos e, assim, não poderia levar os ovos. Só melhorou quando se alimentou direito. “As crianças colocaram as orelhinhas e, na hora do almoço, fomos avaliar a aceitação e a reação delas”, conta Cristina.
foto:Cecília Bastos |
Em casa, as mães podem dar continuidade a esse processo, pois todo mês recebem uma pesquisa de opinião, em que podem avaliar o programa e sugerir novos temas. “Para o mês de outubro uma das mães sugeriu falarmos sobre as vantagens e desvantagens de produtos industrializados e, para novembro, outra apontou como |
| tema o maior consumo de sucos e o menor consumo de refrigerantes. Para dezembro, preparei receitas com frutas para o verão”, diz Cristina. Todas os dados sobre as características de cada item tratado pelo programa, como a importância do cálcio, são colocados em um mural, juntamente às receitas que os levam como ingredientes. No caso do cálcio, a dica do mês foi um creme de chocolate. “Várias mães falam que fizeram, se deu certo e se a criança aceitou bem ou não”, conta Cristina. |
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foto:Cecília Bastos |
Depois do programa, meu filho tem aceitado uma variedade bem maior de frutas” Patrícia Silva dos Santos |
Mas as crianças também têm a oportunidade de colocar a mão na massa nas Oficinas de Alimentos. Primeiro, elas conhecem os ingredientes, depois preparam a receita. Com o bolo do Nemo, elas aprenderam sobre a vitamina A e C, trabalhando com cenoura, beterraba e laranja. Enquanto que, no bolo do Shrek, conheceram o espinafre. “Não temos forno para atender às 300 crianças, então, as estagiárias da FSP trazem os bolos prontos”, revela Cristina. “Ao simularem o preparo, as crianças criam muita expectativa e acham que realmente estão cozinhando”, completa.
foto:Cecília Bastos |
A mudança de hábito alimentar depende de fatores culturais e, em alguns casos, monetário. É por isso que os alimentos utilizados no programa nutricional da creche, que atende todo o complexo do HC, são bastante acessíveis. “Sopas industrializadas e macarrão instantâneo são produtos |
caros que muitas vezes as mães acabam consumindo”, afirma Cristina. “Só conseguiremos construir um hábito alimentar adequado se trabalharmos em conjunto com a família, falando a mesma língua”.  |
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