Esalq produzirá vinhos com nova tecnologia

 

Estudo realizado por André Ricardo Alcarde, docente ligado ao Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN), do Setor de Açúcar e Álcool da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), constatou que a quantidade de sacarose proveniente da cana-de-açúcar que é acrescentada no mosto das uvas (sumo de uvas, antes de terminada a fermentação) para a fabricação de vinhos é, em alguns casos, superior a permitida pela legislação nacional.

Segundo Alcarde, responsável pelo estudo, os vinhos que têm adição de sacarose de cana são de qualidade inferior. Na França e Itália essa prática é proibida. O docente realizou seu pós-doutoramento no Institut National de La Recherche Agronomique Inra – sul da França, para aperfeiçoar essa linha de pesquisa.

O objetivo do trabalho foi reduzir dois pontos percentuais na concentração alcoólica de vinhos, através de processo de gas stripping aplicado no início da fermentação, permitindo assim a síntese de compostos voláteis de aroma e sabor da bebida durante a continuidade da fermentação, após a remoção parcial de etanol.

Pelo estudo, um dado essencial para a qualidade dos vinhos é o grau de maturação das uvas no momento da colheita, que tem sido retardada. Uma implicação do retardo da colheita é o aumento da concentração de açúcares no mosto e, conseqüentemente, o da concentração alcoólica dos vinhos, que atualmente já é superior a 13% na maioria dos vinhos de qualidade.

A legislação brasileira limita em 0,6g de etanol por litro de sangue para a condução de veículos, preocupando consumidores. O pesquisador salienta que a procura de meios para reduzir a concentração alcoólica dos vinhos, sem diminuir sua qualidade, é um desafio muito interessante.

Alcarde traz para a Esalq um sistema de controle de parâmetros da fermentação que pode ser aplicado tanto para o vinho, quanto para a cachaça, que a Escola já produz desde 1950, ou para a cerveja que é produzida artesanalmente.


Casos de demência devem duplicar em 20 anos

Estudo realizado por doze renomados especialistas de diversas nacionalidades, entre eles dois especialistas brasileiros, revela que um novo caso de demência surge a cada sete minutos, fazendo com que, em 20 anos, o número de pessoas com o problema duplique. Atualmente, existem 24,3 milhões de pessoas com demência, e a cada ano surgem 4,6 milhões de novos casos.

Paulo Rossi Menezes, médico, presidente da Câmara de Pesquisa do Hospital Universitário e diretor do Núcleo de Edipemiologia (Nehu), e Márcia Scafuza, médica do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina e pesquisadora do Nehu, participaram do estudo que foi publicado na revista científica internacional The Lancet.

Segundo Menezes, o número estimado de pessoas com demência na América Latina, até 2001, era aproximadamente 1,8 milhão de casos. A previsão é de que em 2020 sejam 4,1 milhões e 9,1 milhões em 2040, sendo 370 mil casos novos por ano. A estimativa de demência apresentada não especificou o tipo. Entre as mais comuns estão o mal de Alzheimer e demência vascular.

Demência é uma síndrome progressiva e degenerativa do cérebro que afeta a memória, pensamento, comportamento e a emoção. Um dos sintomas iniciais é declínio da memória, principalmente sobre acontecimentos recentes. Outros sintomas apresentados são dificuldades em executar tarefas domésticas simples, desorientação de tempo e espaço, mudança de personalidade e diminuição na capacidade de julgar situações.

A Organização Mundial da Saúde estabeleceu 14 regiões geográficas para a estimativa de prevalência de demência, e os pesquisadores basearam-se em uma revisão sistemática de estudos publicados sobre demência, com dados referentes ao padrão de mortalidade infantil e de adultos, e em estimativas da ONU.