texto: Marcela Delphino
Fotos: Cecília Bastos


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A comunicação virtual veio para ficar. Quem não tem e-mail se sente um peixe fora d'água, quem tem não consegue se imaginar sem. Navegar pela internet faz parte dos hábitos diários de muitos brasileiros e o resultado dessa enxurrada de informações disponível na ponta dos dedos traz mudanças nos diversos aspectos do cotidiano, inclusive na relação entre médicos e pacientes.

“Um dos princípios da bioética que todo profissional da saúde deveria seguir é tentar gerar a autonomia do paciente, fazendo com que ele participe do processo de construção do próprio diagnóstico junto ao seu médico e, assim, escolham o tratamento mais adequado para sua situação de vida.” Wilma Madeira

 

 

 

créditos: Francisco Emolo
“Acho que não é aconselhável buscar dados na internet antes da consulta e necessário testar as informações encontradas na retorno.” Maria Cristina Fontanive

 

“Procurei informações na internet depois que o médico diagnosticou que eu estava com labirintite. Na rede, encontrei detalhes sobre causas e seqüelas da doença”, conta Maria Cristina Fontanive, secretária no Instituto de Geociências, “geralmente as consultas não duram o tempo que esperamos e os médicos não aprofundam muito”. No retorno da consulta, Maria Cristina falou para o médico que havia buscado informações na internet e perguntou se eram válidas. “O médico reagiu de forma positiva, dizendo que se os exercícios que encontrei em um site me fizessem bem, eu poderia segui-los.”

A introdução de novas tecnologias na rotina do atendimento ao paciente foi acompanhada por Wilma Madeira, comunicóloga sanitarista, desde que os computadores começaram a aparecer nas salas de espera. “Chamou minha atenção a introdução do prontuário eletrônico que, segundo a Constituição de 1988, é um direito do paciente, pertence a ele. A versão do prontuário médico eletrônico viabiliza isso”, afirma Wilma, que apresentou recentemente na Faculdade de Saúde Pública a dissertação de mestrado “Navegar é preciso: Avaliação dos impactos do uso da internet na relação médico-paciente”.

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