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A comunicação virtual veio
para ficar. Quem não tem e-mail se
sente um peixe fora d'água, quem tem
não consegue se imaginar sem. Navegar
pela internet faz parte dos hábitos
diários de muitos brasileiros e o
resultado dessa enxurrada de informações
disponível na ponta dos dedos traz
mudanças nos diversos aspectos do
cotidiano, inclusive na relação
entre médicos e pacientes.
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“Um
dos princípios da bioética
que todo profissional da saúde deveria
seguir é tentar gerar a autonomia
do paciente, fazendo com que ele participe
do processo de construção do
próprio diagnóstico junto ao
seu médico e, assim, escolham o tratamento
mais adequado para sua situação
de vida.” Wilma Madeira
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“Acho que não é aconselhável buscar dados na internet antes da consulta e necessário testar as informações encontradas na retorno.” Maria Cristina Fontanive |
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“Procurei informações
na internet depois que o médico diagnosticou
que eu estava com labirintite. Na rede, encontrei
detalhes sobre causas e seqüelas da
doença”, conta Maria Cristina Fontanive,
secretária no Instituto de Geociências, “geralmente
as consultas não duram o tempo que
esperamos e os médicos não
aprofundam muito”. No retorno da consulta,
Maria Cristina falou para o médico
que havia buscado informações
na internet e perguntou se eram válidas. “O
médico reagiu de forma positiva, dizendo
que se os exercícios que encontrei
em um site me fizessem bem, eu poderia segui-los.”
A
introdução de novas tecnologias
na rotina do atendimento ao paciente foi
acompanhada por Wilma Madeira, comunicóloga
sanitarista, desde que os computadores começaram
a aparecer nas salas de espera. “Chamou minha
atenção a introdução
do prontuário eletrônico que,
segundo a Constituição de 1988, é um
direito do paciente, pertence a ele. A versão
do prontuário médico eletrônico
viabiliza isso”, afirma Wilma, que apresentou
recentemente na Faculdade de Saúde
Pública a dissertação
de mestrado “Navegar é preciso: Avaliação
dos impactos do uso da internet na relação
médico-paciente”.
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