Área nos arredores da Represa Billings,
onde será construído o Rodoanel
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O céu
com nuvens carregadas não impediu
o trabalho de busca realizado por um grupo
de arqueólogos do MAE (Museu de Arqueologia
e Etnologia). A chuva farta que caiu demoradamente
nas horas seguintes também não.
Nem a mata densa ao redor da Represa Billings,
nos territórios de São Bernardo
do Campo e Mauá. Para conhecer de
perto os afazeres dos arqueólogos
da USP, a revista Espaço Aberto acompanhou
os trabalhos de campo e a busca por sítios
arqueológicos na Grande São
Paulo, onde parte da nossa história
e origens estão soterradas.
Há aproximadamente três meses,
a equipe formada por pós-graduandos
da Universidade tem feito uma prospecção
ao longo dos 54 quilômetros que vão
receber o Rodoanel nos próximos anos.
O trecho sul conecta a Rodovia Régis
Bittencourt à Rodovia dos Imigrantes
e à Via Anchieta, abrangendo os municípios
de São Paulo, Embu, Itapecerica da
Serra, São Bernardo do Campo, Santo
André e Ribeirão Pires. Por
isso, antes das obras da estrada começarem, é preciso
checar se existem vestígios arqueológicos
na região, para que não sejam
atropelados pelas máquinas.
Quase duas horas de traslado separam o museu
da área de buscas, onde o acesso só é possível
por estradas de terra e trilhas na mata.
Para os profissionais da área, enfrentar
condições naturais incômodas
não é o maior desafio. “Com
sorte, tem trilha. Senão o jeito é abrir
caminho no mato mesmo”, diz Danilo Assunção,
historiador e pós-graduando em arqueologia.
Nos arredores urbanos, o maior risco é esbarrar
em pontos de desova de carros roubados, tráfico
de drogas ou extermínios. Até o
momento, felizmente, nenhuma equipe teve
problemas graves.
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